Ao demitir na semana passada o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) do Ministério da Cidadania, o presidente Jair Bolsonaro reforçou o seu estilo de, ao dispensar um auxiliar, oferecer-lhe nova posição na estrutura pública. Para Terra, foi sinalizada a chance de ocupar uma embaixada. Antes dele, cinco dos seis colaboradores que deixaram o primeiro escalão também receberam propostas semelhantes como uma espécie de “prêmio de consolação”.
A postura, segundo pessoas próximas ao presidente, tem origem na cultura militar. Na caserna, não costuma haver demissão. Ao dispensar os serviços de um auxiliar, o superior faz um elogio público e o transfere para outra função, longe de seu convívio. Politicamente, ao recorrer a este procedimento, Bolsonaro tenta evitar que ex-integrantes do governo se tornem inimigos.
Até agora, apenas dois ex-ministros aceitaram um novo emprego em estatais. Demitido em 6 de fevereiro do Ministério do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto ganhou a presidência da DataPrev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência). Ao deixar a Secretaria-Geral da Presidência, em 2019, o general Floriano Peixoto assumiu os Correios e mantém bom trânsito no Planalto.
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