Exclusivo: Diony Cimini fala sobre a noite em que esfaqueou quatro pessoas em Hudson

“Eu sou vítima. Eu apanhei”. Essas são algumas das palavras de Diony Cimini, que quebrou o silêncio e deu a primeira entrevista após esfaquear quatro pessoas em um bar. Foragido desde a madrugada do último dia 8 de março, ele procurou a produção do Globe News USA para dar a sua versão dos fatos e garante que fez tudo em legítima defesa.

“Está todo mundo defendendo esses caras. Bando de covarde. Junta um bando para bater numa pessoa sozinha. Safados, que não têm caráter para bater sozinho. Oito pessoas pessoas te batendo querem te matar. Eu acho que eu sou a vítima”, afirmou Cimini.

Diony confirmou que chegou no bar junto com o ex-patrão Joaquim Rocha (que também foi uma das vítimas). Ele estava na casa de Joaquim fazendo um churrasco, e lá, bebeu duas cervejas e um pouco de whisky, quando o patrão o convidou para ir ao forró, pois não saía há mais de 60 dias. “Eu tinha saído casa de chinelo. Arrumei uma calça, uma botina. Ele me emprestou o chapéu, o cordão de ouro e fomos. Cheguei como chego em todo o lugar: alegre, satisfeito. A vida aqui não é fácil, então tem que ter uma diversão”, conta.

Diony afirmou que dançar forró é uma das coisas que mais gosta de fazer, e por isso, acabava dançando com muitas mulheres. No bar, ele já havia dançado duas músicas com uma mulher, e em seguida, dançou com outra, quando esbarrou em um casal.

“O cara veio para cima de mim, e me deu dois murros na costela, caçando briga. Eu perguntei o que estava acontecendo e ele veio para cima de mim. O irmão dele chegou perto de mim e perguntou se eu estava caçando briga com o irmão? E eu disse que não, que eu estava dançando com a menina e ele passou para cima de mim me batendo”, afirma Diony, lembrando que a confusão entre eles acabou ali, mas que em seguida, Ernando Nunes, o Alemão (uma das vítimas e que também deu entrevista para o Globe News USA) e os amigos foram para mima e começam a bater nele.

“Eles foram me apertando do nada. Quando eu chamei o menino para conversar, para resolver, eles começaram a dar pancada, como se eu tivesse chamado para brigar. E começou a pancadaria. Teve cadeirada, murro. Era desespero. Começaram a bater, bater. E eu lembrei que estava com um canivete pequeno, de umas duas polegadas. E fui me defender. Se não, eu ia morrer ou para uma cadeira de rodas. Está certo eu morrer? Está certo eu ir para uma cadeira de rodas? Também tenho filho para criar. Deixei o canivete aberto esperando o segurança (não havia segurança no bar), mas não chegava e eu comecei a tontear. Bateu na fonte, meu nariz, olho. E eu fiz o que eu fiz”, relata.

Diony afirmou que não conhecia Alemão, mas que já havia sido convidado por outras pessoas para ir na casa dele, mas recusou.  Segundo ele, estão contando mentiras para ganhar uma indenização. “Eu não preciso contar mentira. Eu não tenho medo. Medo, é deles me matarem agora. Eu vou chegar no Brasil, que é grande, mas eles acham. Vão pegar o dinheiro e começar a cheirar pó, como fazem. Colocaram santo na casa para se fazer de coitado, mas de coitado não tem nada. Tudo vagabundo, cheirador de pó”, acusou o foragido.

Diony garante que não foi para o bar com o objetivo de brigar, e que sempre anda com o canivete para proteção. “A vida toda eu apanhei. Se eu brigasse um contra um, estava tudo bem. Mas é cinco, é 10. E eu ando com canivete desde que coloquei o primeiro cinto na cintura. Eu sou da roça. cheguei nos Estados Unidos, e aqui todo mundo anda com uma faca na cintura. Todo americano anda com um. Meu canivete passa na lei. Não ando armado para brigar. Ando para me defender. Se não estivesse lá, eu estaria num caixão”, enfatiza.

Segundo Diony, ele não se manifestou antes, pois estava aguardando para ver o que as outras diriam. E se julgando injustificado, garante que irá se entregar em breve. “Eu vou me entregar. Pagar o que eu tenho que pagar do meu. Mas não dos outros.
Quero resolver o mais rápido o possível para andar de cabeça erguida”, afirmou, sem dizer onde está.

Diony pediu desculpas a Joaquim, que precisou receber 70 pontos na perna após ser acertado. “Me arrependo, atingi meu amigo que eu gosto demais, que é como um pai. Na hora ele não conseguiu tirar os caras que estavam em cima de mim. Quando eu consegui correr, eles vieram me batendo até na porta. O Joaquim disse que o Alemão foi empurrando até a porta. Não foi. Foi me batendo”, diz, afirmando também que perdeu a faca após a briga.

Ele também negou que Joaquim tenha feito uma aposta com ele, para dançar com uma mulher casada. “O Joaquim respeita. Não tem aposta nenhuma. Estão inventando aposta. É muito bonito dizer que o Joaquim fica atiçando, sendo que ele vai lá, faz churrasco. Se estão vendendo o Joaquim que conheciam, imagina eu”.

Diony voltou a colocar a culpa nos outros homens, e disse que o vídeo feito pelas câmeras de segurança vão confirma sua visão. “Falaram que o vídeo é muito bom. Aí vão ver o que aconteceu. Estão contando mentiras, mas esqueceram que tem câmera lá”.

“Todo mundo está me julgando errado. Mas experimenta apanhar de oito homens. Eu estou com 26 anos. Tenho que perder a minha vida por causa de vagabundo? Olha o vídeo para ver se eles estão certos”, completa.

Sobre o passado no Brasil, Diony confirmou ter vivido uma situação semelhante na cidade onde morava, mas que também foi para se defender, e na ocasião, de 10 traficantes. Também afirmou que foi preso, mas que não havia nenhuma prova contra ele, e que não cometeu crime algum.

Mas negou ter 16 passagens policiais. “O que tem é eu andando de moto e a polícia me pegando e dando multa. Tenho é quatro ou cinco passagens. Falam, mas ninguém mostrou a minha ficha”, garante.

Confira a entrevista completa do repórter Thathyanno Desa com Diony Cimini

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