
Projeto de Integração do Rio São Francisco é uma “novela enorme que está chegando ao fim”. Quem disse isso foi o presidente Jair Bolsonaro, que participou, nesta sexta-feira, em Penaforte, no Ceará, da cerimônia de acionamento da comporta que será responsável pela chegada das águas do Eixo Norte do projeto ao estado do Ceará.
As primeiras obras, para o deslocamento de parte das águas do São Francisco, foram iniciadas em 2007 pelo Exército. A previsão original do governo da época era inaugurar até 2010 todos os canais, reservatório e estações de bombeamento. A expectativa do governo atual é que o projeto esteja concluído no próximo ano.
“Foi uma recomendação desde o início do governo que não deixaríamos nenhuma obra parada. Faz parte do nosso compromisso e ficamos muito felizes em trazer água para quem precisa”, disse o presidente em entrevista à TV Brasil, ao final do evento. “[O projeto vai beneficiar a] agricultura, irrigar terras, levar água para casa do cidadão nordestino que sempre teve carência disso. É uma novela enorme que está chegando ao fim”, completou.
Com a ação, a água que já abastece o Reservatório Milagres, em Pernambuco, passará pelo Túnel Milagres, na fronteira dos dois estados, começará a encher o Reservatório Jati, no Ceará, e seguirá, por fim, até a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
O Projeto de Integração do Rio São Francisco soma hoje 477 quilômetros (km) de extensão em dois eixos, o Norte com 260 km e o Leste com 217 km, e, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, é o maior empreendimento hídrico do país. “Quando todas a estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte serão beneficiadas com abastecimento de água”, informou a pasta.
Disputa política
O projeto é motivo de disputas políticas em função de seu potencial eleitoral no Nordeste – no caso de Bolsonaro, a visita foi encorajada pela turma do Centrão, seus novos aliados. A transposição foi iniciada ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e teve trechos inaugurados nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
O projeto começou em 2007 e deveria ter sido entregue em 2012 ao custo de 5 bilhões de reais (o custo final será de 12 bilhões). O petista chegou a promover em 2017, ao lado da já ex-presidente Dilma, uma inauguração simbólica e não oficial do Eixo Leste da transposição – dias antes, Temer abriu as comportas que levaram água à cidade de Monteiro, no sertão paraibano.
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