Vídeo de briga entre brasileiros e haitianos ganha as redes sociais

Em meio à inúmeros protestos contra o racismo, o vídeo de uma briga entre um grupo de brasileiros e um grupo de haitianos ganhou as redes sociais durante a semana. E o repórter investigativo Thathyanno Desa conversou sobre o assunto com Joana Ferreira Lima

“Eu tenho passado muito tempo no telefone. Tenho usado a minha voz para falar por aqueles que têm permanecido em silêncio por tanto tempo. De manhã eu peguei o telefone e a primeira coisa que apareceu foi esse vídeo e eu vi que tinha uma moça com uma canga brasileira e pessoas brigando, violência, continuei assistindo e fui lendo comentários. Pelo que eu li, tinha um grupo de brasileiros e um deles foi no carro e pegar alguma coisa. Foi sozinho, e quando voltou, disse que tinha um haitiano querendo brigar com ele. Eles começaram a brigar e parece que alguém do grupo os haitianios jogou um pedaço de pau deles. Então todo mundo começou a brigar, mas tinha muito mais brasileiro do que haitianos, e virou uma briga injusta”, conta Joana.

Para ela, isso apenas fere a imagem da comunidade brasileira. “A primeira cosia que passou pela minha cabeça é que eu não sei o que aconteceu, mas era a última coisa que a nossa comunidade precisava. Eu não sou uma pessoa violenta, então é muito triste. A gente não precisa que as pessoas que estão angustiadas, sentindo tanta raiva, redirecionem essa raiva para a nossa comunidade”, analisa.

O vídeo não mostra o início da briga ou os motivos que levaram a ela. “Eu não seu o que aconteceu, mas dava pra ver pela voz da brasileira que ela estava chocada com o que estava acontecendo”, afirma Joana.

Para ela, que participou do protesto de Boston, no último domingo, esse é um momento de ter compaixão pelo próximo. “Eu estava em Boston no domingo, no protesto, e nunca vi nada igual. Era o momento de esses brasileiros, brancos, dizerem, ‘eu não quero brigar com você. Vamos nos unir’. Precisamos e união e não de divisão”, desabafa.

“Só peço para a comunidade escutar com o coração. Precisamos ouvir a comunidade negra e eles só querem uma coisa. O direito básico de ter uma família, poder ter filhos em paz. Não finja que isso não existe. Não fale que todas as vidas importam.  Quando a gente fala que vidas negras importam, não estamos dizendo que somente as vidas negras importam, mas são elas que precisam de ajuda no momento. Compartilhe notícias boas. Vão às ruas. Façam a diferença”, completou.

Confira a entrevista de Thathyanno com Joana, e assista o vídeo:

1 Comentário

  1. Olha ao meu ver o preconceito é não somente da cor mais principalmente dá origem, somente porque a pessoa vem de outro país e para piorar é de cor de pele diferente pessoas ( monstros ) se acham no direito de agredir , humilhar e diminuir. Quando falamos de preconceito devemos levar em conta que é muito mais profundo e problemático o assunto e não é restrito a cor de pele mais também a etnia. Vocês viram por exemplo como os americanos tratam os latinos? Como somos tratados quando saímos de nosso país de origem mesmo que seja somente a turismo? Olha vou falar uma coisa que poucos falam, muitos que saem do Brasil ou do seu país de origem, para família e amigos que ficaram fazem pose de milhonarios, do difícilmente relatam a realidade em que vivemos. Você sabe o que é querer que sua filha faça ensino médio, principalmente por ser uma das melhores notas da escola , e o professor de falar que não precisa , porque para uma brasileira basta limpar ou fazer outro trabalho simples? De você achar que encontrou o amor da sua vida até a mãe dele falar que Brasileira nunca pertencera a família. De você com muita dificuldade ser convidado a uma festa e não poder entrar porque te falam que ali não é lugar para Brasileira. De você entrar numa loja e as pessoas te olharem como se você fosse roubar e te falarem para sair que não tem nada para você ali. De ir buscar um trabalho e debocharem de você porque quer trabalhar em algo que não seja limpeza ou prostituir-se. De te falarem olha ali você pode encontrar um milionário , vai naquele bar você é tão arrumadinha, branca e tem classe , não precisa ficar sofrendo. Como ser branca pudesse me fazer melhor candidata à esposa escrava ou acompanhante aos menos preconceituosos. Sou brasileira, moro hoje na Suíça, já morei na Itália, mas sai de lá porque era tratada como criminal somente por ser brasileira, hoje ao menos aqui posso trabalhar, mas ao contrário de minha formação em auxiliar de enfermagem e design de interiores, aqui sou faxineira, luto para provar que não precisa ser prostituta ou esposa escrava para viver aqui, luto para conseguir ter um trabalho melhor que faxineira, luto contra o preconceito por ser mulher brasileira, mãe de três filhas aos quais estão aqui comigo e sustento com o suor do meu trabalho digno e sem ajuda de homem algum. Preconceito é muito mais que cor de pele, é por ser mulher, é por ser independente, é por classe social, é por ser habitar em outra nação é por não ser como aos que ditam as regras. Me solidarizo pela campanha contra o racismo e também gostaria de haver contra todo tipo de preconceito, pois somos todos iguais

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