Exclusivo: organizadores de eventos falam sobre as festas em meio à pandemia que chamaram a atenção do país

Nesta semana, canais de todo o país deram destaque para festas realizadas em plena rua, com centenas de pessoas. O Boston 25 News mostrou um desses eventos, divulgados pelo Baile do Monstro. As imagens eram de muitos jovens bebendo, e sem nenhum distanciamento social, em meio à pandemia.

Para tentar esclarecer a situação, o repórter investigativo Thathyanno Desa entrevistou dois responsáveis por festas na região. Felipe Oliveira, também conhecido como Lipe Monstro, é o organizador do Baile do Monstro, enquanto Felipe Santos é o líder do Boston Elite.

O organizador do Boston Elite teria chamado o líder do Baile do Monstro para reuniões de parcerias, mas não chegaram em um consenso. Também chamou a atenção uma suposta briga entre os dois grupos, que teria inclusive gerado ameaças de ambos os lados por WhatsApp e Instagram.

Segundo Monstro, os eventos são antigos, e iniciaram como encontros de carros. As pessoas passaram a postar flyers, combinando de fazer as festas na rua. “Eu comecei a postar uns flyers também, como todo mundo, começou  repercutir, e assim meu nome foi ficando conhecido. Então o Felipe Santos me chamou para uma reunião e eu fui. Mas eu não entendo porque ele fica dizendo que a gente faz festa com menor e bagunça na rua, sendo que ele queria fazer uma festa para divulgar a Boston Elite que estava lançando, que não tinha nem flyer e página marcada. Então umas pessoas da equipe dele vieram falar umas coisas pra mim. Que ele estava de olho nas coisas que eu estava conquistando e que ele estava querendo ganhar sucesso em cima de mim,  e eu não admito isso. Então fomos fazer um evento privado e ocorreu uma sabotagem, do Felipe Santos. Eu não falei nada. Deixei quieto. Só esperei a hora certa, porque quem é humilde sempre vai longe. Tem espaço para todo mundo, basta fazer o seu”, afirmou.

Já Felipe Santos se defendeu, e disse não entender os ataques. “Estamos aqui no nosso canto. O Felipe e eu era para termos uma parceria. A gente já conversou em todas as reuniões. Tenho os áudios aqui. Posso provar tudo o que estou falando. Eu não sei. Do nada veio ameaça, ataque. Ameaça em Instagram, ataque. O que está acontecido a gente não sabe. A gente só quer fazer o nosso”, disse.

Um dos motivos da discussão seria o líder do Boston Elite reclamar que as festas organizadas pelo concorrente tinham menores e drogas. “Se tinha menores, eles podem não ter ido por mim. Não sou só eu que posto o flyer. Na rua, a festa é de todo mundo”, justifica Monstro, dizendo que também não tem como controlar em um espaço público, se as pessoas usam drogas ou álcool.

Já sobre a repercussão negativa das festas, Monstro também se defendeu. “Os bailes já rodavam ha muito tempo. Não sei porque só o Baile do Monstro saiu no 25 News e não saiu dos outros eventos. Quando é na rua, é publico, e a gente não tem como controlar”, disse.

O 25 News também destacou que o flyer diz “o corona nunca  me afastou”. “Todo mundo que mexe com eventos faz alguma coisa para chamar atenção. Foi somente o que eu fiz”, conta.

Os líderes dos dois grupos também discutiram sobre um evento realizado pelo Boston Elite em New Hampshire, no último dia 12 de setembro. Segundo Felipe Santos, a festa, que era privada, foi levada para outro Estado, já que em Massachusetts a lei permite apenas 75 pessoas (25 dentro da propriedade e 50 fora). Ele alega que foram gastos cerca de 21 mil dólares em documentação, seguranças e aluguel do local, que era a fazenda de uma xerife aposentada.

Monstro afirmou que foi na festa e reclamou que o evento, que estava prometido para ir até às 2h da manhã, acabou por volta das 10h da noite. Ele postou isso nos stories do Instagram e ampliou as discussões. “Eu fui no evento deles. Ele diz que o evento dele tem permissão e essas coisas, mas eu não entendi porque o evento acabou às 10 e pouco, sendo que estava marcado para acabar em outro horário. E eles falaram que pegaram permissão do City Hall para fazer o evento. mas eu não entendo, que se o City Hall não está liberando para fazer evento em boates, que tem permissão, como vai liberar para fazer festa no fundo do quintal da casa de uma xerife”, questionou.

“Não tive nenhum envolvimento para acabar com o evento dele. O evento estava massa? Estava. Só não entendi porque acabou. Muita gente entrou e muita gente ficou sem explicação. Então eu fiz o story falando e  repercutiu. Chegou nele. Ele começou a fazer ameaça para a gente no grupo. a gente começou fazer ameaça a ele. Eu não minto. Ele queria levar um dos organizares na minha casa. Estavam me ameaçando. Eu disse ‘pode vir tranquilo. Mas eu vou agir pela lei, pelo certo. Se quiser fazer uma coisa comigo, é na lei'”, completa Monstro, que também acusou Felipe Santos de andar armado.

Felipe Santos afirmou que o Boston Elite é uma companhia de eventos registrada, com o único objetivo de oferecer entretenimento. Disse que nos próprios flyers deixa claro que as festas são apenas para maiores de 21 anos. E também negou que anda armado. “Isso é uma mentira. Ele que prove”, disse.

Ele contou que os casos envolvendo o Baile do Monstro são corriqueiros.

eu falou para monstro que ele é um cara com um potencial enorme. “Não é a primeira vez que o Baile do Monstro aparece em TV, aparece fazendo coisa errada. Eu ja avisei ele. Quando cheguei la só tinha menor e polícia. Chamei ele em um canto e eu disse que não precisa ter menor. Ele é um cara com um potencial enorme. Um cara bom, um cara cabeça. É só cortar menor de idade. Se você cortar menor de idade, você vai estourar”, revelou.

O líder do Boston Elite também disse que Monstro faz de tudo para aparecer. “Não estamos aqui para aparecer. Quem quer aparecer é ele. Uma vez ele estava com o carro do patrão dele. Eu buzinei, achando que era um amigo. Ele baixou o vidro, filmou e colocou no Instagram que até os inimigos seguem o baile. O que é isso?”, questionou, indignado.

Sobre a festa em New Hampshire, ele afirmou que o evento foi encerrado antes, porque mesmo com a casa da xerife isolada, alguém urinou na janela da filha da dona da casa. A proprietária então desligou a energia elétrica, obrigando a encerrar o evento. “A intenção era fazer aqui. Mas como a lei não permitia, fizemos em New Hampshire”, revela Santos, que contou também que com as bebidas que sobraram, será realizado um churrasco beneficente no domingo.

Confira a entrevista completa para o repórter Thathyanno Desa

 

 

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