Cearense distribui panfletos para encontrar mãe e acha família que não via há 27 anos

Carlos da Silva tinha apenas 5 anos quando se perdeu de casa, em Juazeiro do Norte (CE). Ele presenciou uma agressão do padrasto à mãe e saiu correndo. Se escondeu em um ônibus e adormeceu, mas não esperava que o veículo estivesse de partida. Carlos foi encontrado pelo motorista, já em Fortaleza.

Desde 1993, Carlos não tem notícia da família. Foi quando resolveu, agora em 2020, tentar encontrá-los. Depois de distribuir panfletos contando a sua história, ele encontrou um irmão. Foram quase 3 décadas afastado e agora, Carlos é só felicidade!

Carlos conta que nunca lembrava exatamente onde morava, mas tinha muita saudade de casa. Da família, ele só recordava o nome da mãe, Geane Silva, do irmão, Diego e do tio, Nino, que era artesão. Carlos também recordava que era de Juazeiro do Norte, pois lembrava da avó, que o levava para ver a estátua do Padre Cícero – cartão-postal da cidade.

E foi com essas informações que ele se determinou a encontrar a sua família. Com a ajuda de um amigo, Carlos fez um panfleto – que compartilhamos mais acima – com tudo o que lembrava. E deixou seu telefone para contato.

“Eu fui entregando panfletos nas cidades. Posto de gasolina, recepção de hotel, churrascaria, e também coloquei nas redes sociais”, lembra o amigo.

Um rapaz chamado Clécio, dizia que todas as informações do panfleto, eram iguais a da família dele. Clécio também lembrava que a mãe sempre falava sobre um filho dela que desapareceu.

“Eu não sei por que motivo perdi o papel, mas quando eu estava jantando e abri o celular, tinha o mesmo panfleto no Facebook, aí eu fui ler com atenção”, lembra Clécio, que é enfermeiro e estava na cidade em uma viagem rápida.

Clécio não chegou a conhecer Carlos. Ele nasceu depois que o irmão fugiu de casa, mas sempre ouvia histórias sobre ele. “Você vá, mas volte. Perdi um filho, não aguento perder outro não”, era o que Clécio ouvia da mãe, Geane da Silva, que faleceu em 2017, vítima de um câncer de mama.

Reencontro

“Em um ano de pandemia, de tantas tragédias, um milagre”, diz Carlos, que já está se preparando para viajar até Juazeiro do Norte, onde encontrará os irmãos e a avó.

Desde o dia que Clécio encontrou Carlos, eles se falam diariamente por videochamada. Carlos também conheceu os outros irmãos em ligações, mas faz questão de ir até a cidade onde nasceu, para rever cada um. Ele embarca hoje (27) para matar essa saudade, que deve estar imensa!

Órfão e adoção
Desde quando fugiu de casa, Carlos tem vivido em casas de apoio a crianças abandonadas. Quando foi encontrado pelo motorista, em 1993, ele foi levado até um abrigo, de onde também fugiu.

Carlos conta que passou por diversos abrigos, morou nas ruas de Fortaleza e foi encontrar um lar, ao ser abrigado na Associação Beneficente Pequeno Nazareno, em Maranguape, na Grande Fortaleza.

Carlos foi adotado pelo fundador da Associação Beneficente Pequeno Nazareno, o ex-frei alemão Bernardo Rosemeyer. Hoje, aos 32 anos, ele é motorista, casado e tem uma filha.

Nós ficamos, do lado de cá, na torcida para que esse encontro seja lindo!

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