‘Do meu passado, tenho nojo, tenho vergonha’, conta apóstolo Wesley Pereira, ex-bruxo, assassino e canibal

Bruxo. Ladrão. Traficante. Homicida. Canibal. Por muitos anos, assim se resumiu a vida de Wesley Pereira, que chegou a ser condenado a 96 anos de prisão. Mas sua história mudou completamente no momento em que Jesus Cristo entrou na sua vida, e hoje ele se dedica, como apóstolo, a levar a palavra de Deus adiante. “Sou o resgate de um refugio que o próprio Deus permitiu”, conta.

Wesley cumpriu 12 anos de pena em penitenciárias de Minas Gerais, São Paulo e Bahia, e hoje, é um homem livre. Mas antes diss, cometeu atrocidades, como ele mesmo conta. E segundo ele, tudo começou ainda na infância.

“Eu fui uma criança que nao teve uma infância de paz. Fui espancado, humilhado. O ambiente que eu estava era de socos e pontapés. Tive muitos espancamentos. Meu pai era muito bruto, muito ignorante. Eu nao era um filho mau. Eu ajudava dentro de casa. E de repente eu tomava um soco na cara. De repente levava um chute. De repente meu braço estava quebrado, De repente era chamado de verme, merda, aids. Tudo de horrível eu era chamado. Aquilo era um alimento. Eu fui cristão, evangélico. Nasci nos fundos na igreja. E cheguei em uma certa parte da minha vida que eu não quis mais ser cristão. Entrei no espiritismo procurando algo que trouxesse mais maldade, procurando algo para me vingar. Segui a linha negra mesmo e me tornei uma pessoa fria, calculista. Na linha da bruxaria, recebi o sangue do bode, tomei o sangue do bode. E comecei a maquinar o mal, envolvido no crime. Comecei a traficar, assaltar, até gerar o primeiro homicídio”, revela.

Naquele crime, Wesley iniciou um ritual macabro de canibalismo, que ele diz ter repetido muitas vezes. “Ofereci aquela alma, a quele sangue para Lucifer. Nos procedimentos da execução da vítima, comi seu olho, sua orelha, seu coração. Esquartejei, abri todo os corpo. Com os órgãos todos triturados, colocava dentro de saquinho de chup chup e montava o corpo de novo. Foram muitas pessoas. Estupradores, pedófilos. Foram dezenas de homicídios. Comia principalmente orelhamos, coração, órgãos. Tinha uma alegria, uma emoção. Cumpria o legado do crime e aquele ritual”, conta, revelando que fazia isso apenas com estupradores.

“Para mim, é como se o ser humano fosse um boneco. Eu estava num jogo brincando de tirar vidas. Não tinha remorso, arrependimentos, um cara hostil, impróprio. E esse foi o passado horrível que tive neste tempo”, revela.

Somando todos os crimes, a punição passaria dos 180 anos de prisão, mas foi condenado a 96. E mesmo preso, continuou praticando os rituais. “Quem estava na prisão como estuprador, ele descontava a fúria. Fui gerado a ser esse demônio para a sociedade. Não existia arrependimento. Queria era oportunidade de pegar mais um. Era tudo legal, perante a lei do crime”.

Ele inclusive, chegou a fugir dos presídios, segundo ele, se aproveitando da corrupção do sistema. “Eu fugia. Não tinha muitas dificuldades. A gente pagava uma quantidade de dinheiro e tinha a facilidade de fugir. Estava pagando para fugir. Eu programava a minha fuga e alcançava com sucesso”.

E foi na penitenciária que ele conheceu uma pessoa que mudaria a sua vida. Um outro detento foi responsável por apresentar o cainho do bem para Wesley. “Jonathas Pala era um cara que foi traficante, Cresceu vendo a minha historia. Quando eu venho transferido da Bahia para Minas Gerais, ele foi preso por duplo homicídio. E nessa que ele estava preso, pediu para mudar de cela e eu chamei o diretor. Disse que ele queria morar com a gente. Como ele estava convertido, poderia trazer paz. Disse que a intenção dele era me entregar para Jesus. Eu falei que ele tinha 10 dias para isso. E não aguentava mais. Só estava esperando ele vacilar para eu executar ele. Queria comer ele vivo. E no sexto dia, Deus venceu o mal. Levantei minhas duas mãos e foi a virada, a transformação”, revela.

Foi desta forma, que ele mudou do caminho do mal, para o bem. “Eu fazia feitiçaria. Almejava riquezas. Eu era um destruidor de famílias. Era filho do pai da mentira. Fui aquele traste. Perdi a noção da pessoa humana e vivia a possessão, vivia o próprio demônio. Vivia aquilo que me trazia prazer. Tinha as qualidades de criminoso, de homicida, de ladrão. Eu recebi as entidades, eu bebia com as entidades, eu vivia com as entidades. Era opositor do evangelho. Queria trazer pessoas para o reino falido. Na minha cela só ficava pessoas voltadas a maldade. Inibindo que os crentes fizessem cultos. E hoje, quando olho para trás, peço a Deus perdão. Hoje eu sei pacificar. Sou uma nova criatura. Do meu passado, tenho nojo, tenho vergonha. Passar perto dos parentes das vitimas me traz tristeza. Ver que eu abati aquela vida. Não tem jeito de voltar atrás. Todo dia eu sei que não sou nem digno de respirar pelas atrocidades que eu fiz. Se estivesse em outro país, poderia ser condenado a morte, mas Deus não quis que eu nascesse em outro país. Hoje tenho alegria, vontade de viver. Deus quer que eu seja isso. Pensei no suicídio. O senhor Jesus me tirou da morte. Eu não tenho o direito de tirar vidas. Só tenho arrependimento do meu passado. E peço perdão. Sou um homem muito arrependido. Mas o passado, não faz mais parte do presente. Hoje eu entendo que o estuprador tem jeito. Que o assassino tem jeito. Para tudo tem jeito. Eu que nao poderia cobrar uma justiça que nao era a minha. Eu quis julgar e executar”, contou.

Wesley tentou, mais de uma vez, tirar a vida do próprio pai, mas não conseguiu. “O que não deixou eu matar o meu pai foi Deus. Quando eu fugi para Sõ Paulo, eu fui atrás do meu pai. Chamei meu irmão, minha irmã, minha mãe. Fiz uma reunião de família. Minha mãe o abraçou, pegou em suas pernas, ajoelhou. Estendeu a mão e disse: ‘se você não ama ele, se tudo que ele fez para você, ele fez comigo, eu perdoei ele, e já que você diz me amar, eu vou te pedir para não matar seu pai’. Fui embora. Tive outra oportunidade. Quando tinha a intenção de esfaqueá-lo, e a minha mãe me inibiu mais uma vez. Então um dia que falei para ele que estava perdoando ele, mas que esse assassino, foi ele que fez”, revela.

Wesley chegou a oferecer a própria filha nos rituais, quando a esposa estava grávida. “Ela nasceu com má formação do cérebro, com hidrocefalia. E Deus a curou. Hoje ela anda, ela fala. É missionaria, adoradora do Espírito Santo”, afirma.

E além disso, ele conta com o apoio da esposa, que fez de tudo para que ele mudasse de vida. “Tinha uma esposa incansável. Pela sua fé. Ela não aceitava que eu fosse aquele homem perverso. Diziam para ela me largar, E ela disse que não abria mão daquilo que Deus deu. Ele transforma e liberta um homem do pecado. Eu proibia ela de ir nos cultos. Ela via o demônio se manifestar em mim. Mas sempre acreditava na minha transformação. E eu fui resgatado”.

“Não devo um real a Justiça. Mas devo honra e gloria a Deus. Hoje os juizes são meus amigos. Os diretores das prisões me chamam para fazer cultos”, revela.

E quando questionado se ele não temia ter recaídas da antiga vida: “Se eu ja caí na droga, ja caí no adultério, homicídio, prisões, orgias, conheci tudo lá no mundo, o que eu vou fazer lá? Não tenho medo de recaída e eu quero recair nos braços de Jesus todos os dias”, completa.

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