Iraque teme enfrentamento entre Irã e Estados Unidos em seu território

Um ano depois do assassinato no Iraque do general iraniano Qassem Soleimani e do iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis, por ordem de Washington, os iraquianos temem um novo enfrentamento iraniano-americano em seu país, mais polarizado do que nunca.

Com esta operação, em 3 de janeiro de 2020, em Bagdá, o Iraque perdeu o homem que mantinha sob controle as facções pró-iranianas no país e que facilitou a chegada de um primeiro-ministro mais pró-americano, Mustafa al-Kazimi. Essa mudança exacerbou as tensões.

O país, que vive sua pior crise econômica, devido à queda do preço do petróleo, divide-se entre um primeiro-ministro sem base popular, ou parlamentar, e novos pequenos grupos pró-Irã, que não respondem a ninguém em Bagdá e que acusam Al-Kazimi, também chefe da Inteligência estrangeira, cumplicidade nesses assassinatos.

“Em caso de escalada (…) há grandes possibilidades de que o governo caia. Os pequenos grupos (pró-Irã) têm aliados políticos que podem derrubá-lo”, disse à AFP Sajad Jiyad, do “think tank” Century Foundation. – Diálogo e ameaças -Sem a força política e militar necessária para ganhar um confronto direto com os grupos armados pró-iranianos, o governo busca o apoio de seu vizinho.

Abu Jihad al-Hachemi, principal enviado do gabinete do primeiro-ministro iraquiano em Teerã, reuniu-se com líderes iranianos para, de acordo com Jiyad, tentar convencer o Irã a controlar seus aliados no Iraque e impedir ataques a diplomatas e soldados americanos. A trégua das milícias pró-iranianas anunciada no outono passado (primavera no Brasil) logo se tornou letra morta. Os ataques – mais de 100 em um ano – contra os interesses americanos recomeçaram. Drones sobrevoam regularmente a embaixada americana e a base militar adjacente da coalizão contra o grupo do Estado Islâmico, disse um militar dos EUA à AFP.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*