
Uma história revoltante: em Campinas, no interior de São Paulo, a polícia resgatou um menino de 11 anos que passou um mês acorrentado e trancado dentro de um barril. E quem fez essa maldade foi o próprio pai do menino.
Os vizinhos denunciaram o caso para a polícia e, no domingo, mostraram onde o menino ficava preso: uma construção com uma janela minúscula.
O menino de 11 anos estava nu, dentro de um tambor de metal, fechado com uma pia pesada. Ele mal conseguia se mexer. Tinha a cintura, pés e mãos acorrentados.
O menino morava com o pai, a namorada dele e a filha da namorada. Todos foram presos. O delegado acredita que ele estava acorrentado dentro do tambor há um mês.
Segundo a Polícia Civil, o pai disse, em depoimento que o filho é muito agitado, agressivo e fugia de casa. Alegou que fez isso para educar o menino. Os vizinhos disseram que os maus tratos à criança já ocorrem há anos e, apesar das denúncias ao conselho tutelar, o sofrimento do menino não parou.
O conselho tutelar admitiu que já acompanhava denúncias de maus tratos à criança há pelo menos um ano e vai apurar se houve falha.
Ao UOL, vizinhos e moradores do bairro Jardim Itatiaia relataram a rotina da família. Uma mulher de cerca de 30 anos disse ver pouco o homem de 31 anos, mas sua companheira era muito conhecida no bairro e parecia gentil. “Na sexta-feira (29 de janeiro), ela nos chamou para entregar café, bolo e alguns biscoitos. Ela sempre preparava comida para distribuir pelo bairro”, contou.
O que chamou a atenção foi a reserva do casal. “A gente achava estranho, mas pensávamos que eles queriam discrição, algo assim”, completou. Segundo o sargento Mike Jason, que acompanhou a ocorrência, a mulher cuidava de ao menos 13 cachorros. “Ela tinha uma ONG, não sei se legalizada, mas cuidava dos cachorros abandonados. Tanto que você via que eles estavam bem tratados, enquanto que, em cima, mantinha uma criança sem comida”, comentou o 2º sargento.
“A gente sabia que a relação deles com a criança era meio tumultuada, eles reclamavam muito que o menino era hiperativo. Começamos a estranhar quando notamos que o menino não aparecia mais na rua para brincar, como sempre fazia”, contou outra vizinha de 42 anos. Segundo o portal, os moradores passaram a desconfiar de algo errado quando viram um ‘vulto’ em um buraco numa parede, há cerca de um ano.
Eles afirmaram que tentaram obter alguma informação, mas a família nunca se abria. Até que conseguiram ver o rosto da criança. Foi quando uma denúncia chegou a ser feita ao Conselho Tutelar, e depois outra à Polícia Militar, que terminou na descoberta do menino no barril.
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