
A Câmara dos Deputados dos EUA, controlada por democratas, aprovou uma lei que abre caminho para a legalização de milhões de imigrantes sem documentos. Com 228 votos a favor (sendo 9 de republicanos) e 197 contra, o Ato Sonho e Promessa Americano de 2021 proporciona um primeiro passo para que jovens migrantes sem documentos levados para os EUA ainda crianças, conhecidos como “dreamers”, obtenham cidadania.
A medida também impacta aqueles dentro do Status de Proteção Temporária e do chamado Adiamento da Saída Forçada, o que beneficiaria 4,4 milhões de pessoas elegíveis para residência permanente, segundo o Instituto de Política de Migração. Uma outra legislação relacionada ao tema deve ser votada ainda nesta quinta. Com provável maior apoio republicano, a lei define a concessão de status legal a cerca de 1 milhão de trabalhadores rurais e suas famílias em uma atualização do programa de vistos a agricultores.
Os líderes democratas da Câmara agiram para rapidamente levar os dois projetos ao plenário. As medidas são soluções relativamente pequenas, mas populares, e estão no centro de um impasse no debate político. Há anos os democratas acumulam tentativas fracassadas de uma legislação de imigração mais abrangente. O texto já aprovado vai agora para o Senado, onde a maioria do partido do presidente Joe Biden é ainda mais estreita -são 50 assentos republicanos, 48 democratas e 2 independentes (que costumam seguir os democratas), com voto de desempate da vice-presidente, Kamala Harris.
Embora alguns republicanos já tenham prometido apoio aos “dreamers” no passado, o partido cada vez mais se une em uma estratégia linha-dura para bloquear qualquer nova lei de imigração, já que busca usar a situação na fronteira contra Biden e os democratas.
O presidente americano enfrenta o maior fluxo de migrantes nos EUA em 20 anos na fronteira com o México, segundo dados divulgados na terça (16) pelo secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
De acordo com o departamento, as tentativas de cruzamento das fronteiras por pessoas vindas do país vizinho e do Triângulo Norte -Guatemala, Honduras e El Salvador- têm aumentado constantemente desde abril de 2020. A pandemia de coronavírus, furacões e outros desastres naturais que causaram muitos danos nos países de origem dos imigrantes explicam, segundo o secretário, o agravamento nas condições de vida dos que se arriscam a atravessar a fronteira ilegalmente.
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