
Lázaro Barbosa de Souza, 33 anos, é o principal suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família na noite da última quarta-feira 9, no Distrito Federal. Além da morte da família, o ‘serial killer de Brasília’, como ficou conhecido, já acumula diversos outros crimes e atos violentos ao passo em que foge há sete dias de uma equipe com mais de 200 policiais, que usam cães farejadores, drones e um helicóptero.
A última localização do suspeito — que chegou a quase ser capturado pelas forças de segurança, mas trocou tiros com os policiais e fugiu — é um matagal no povoado de Edilândia, na cidade de Cocalzinho, em Goiás. Um cerco de policiais segue à cata do criminoso.
O marco inicial dos diversos crimes cometidos por Lázaro começa na quarta-feira 9, no Distrito Federal, com o assassinato do empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e dos filhos dele, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques Vidal, 21. Neste dia o corpo da esposa do empresário ainda não tinha sido encontrado.
No dia seguinte aos assassinatos, Lázaro teria roubado outra chácara próxima de onde cometeu o primeiro crime, fazendo o caseiro e a filha de reféns. No mesmo dia, ele ainda invadiu uma residência e fez outros três reféns.
Na sexta-feira 11, o ‘serial killer de Brasília’ cometeu mais um crime: novamente invadiu uma chácara e fez o caseiro de refém. Roubou também um veículo que usou para ir do DF até a cidade de Cocalzinho, em Goiás. Chegando lá, incendiou o veículo.
Já no município de Cocalzinho, Lázaro Barbosa de Souza invadiu mais uma chácara e fez o caseiro refém. Depois, em outra propriedade, baleou três homens. Ainda no sábado, tentou atear fogo em outra casa. No sábado, a Polícia Militar goiana chegou perto de capturá-lo, mas, segundo informações da imprensa local, após disparar 15 tiros em direção aos agentes, o ‘serial killer’ conseguiu fugir.
Neste mesmo dia, a esposa do empresário Cláudio Vidal, Cleonice Marques, de 43 anos, foi encontrada morta no Distrito Federal. Segundo informações do portal Metrópoles, ela teve a orelha arrancada e foi executada com um tiro na nuca.
Desde então, Lázaro tem sido perseguido pelas forças de segurança do DF e de Goiás, em uma equipe que reúne mais de 200 policiais civis, militares, rodoviários e de grupos táticos especiais de segurança. A coalizão também usa cães farejadores, drones e um helicóptero.
Ainda em Cocalzinho, na noite de segunda-feira 14, Lázaro tentou pedir comida em mais uma fazenda da região, mas acabou se envolvendo em uma troca de tiros com o caseiro da propriedade. Logo após a troca de tiros entrou novamente no matagal.
Na manhã desta terça, Lázaro foi avistado por testemunhas na região da fazenda onde trocou tiros com o caseiro na noite anterior. Um caminhoneiro teria visto um homem com as mesmas características do suspeito correndo por uma estrada próxima ao local.
“Satanista”
Além da psicopatia e barbaridade de seus crimes, também chama a atenção da polícia a habilidade de Lázaro Barbosa, baiano conhecido como o ‘Serial Killer de Brasília’, em escapar e sobreviver nas matas do Planalto Central. Por conta dessas características ‘sobre-humanas’, o maníaco vem sido chamado de “satanista” pela polícia do Distrito Federal.
Satanismo é a “associação simbólica, admiração e até veneração a Satanás”. Segundo a polícia, foram encontrados indícios de que Lázaro participe de rituais “desse tipo”.
Os investigadores acreditam também que ele “não está disposto a se entregar”. Já o que dificulta ainda mais a localização do suspeito, conforme os investigadores, é que Lázaro é “um mateiro experiente, que anda e dorme pelas matas”.
Lázaro é tratado pelas autoridades como “psicopata” e “imprevisível”. Desde o assassinato da família, em Ceilândia, o criminoso invadiu, pelo menos, mais três propriedades rurais e praticou outros quatro crimes de roubo e ameaças nas regiões do DF, e de Cocalzinho, em Goiás.
Lázaro é natual de Barra do Mendes, cidade na região noroeste da Bahia. Foi lá que ele começou sua jornada de crimes quando tinha 19 anos, ainda em 2007. Seus primeiros assassinatos foram dois homens que tentavam proteger uma garota que ele perseguia por estar supostamente “apaixonado”.
Após o duplo homicídio, a história foi parecida com a que vivemos hoje. Durante 15 dias, ele fugiu se escondendo pelas matas e grutas da região. A caçada só terminou quando ele resolveu se entregar para a polícia.
A capacidade de ele se esconder, aliada à violência dos crimes, criou um boato na cidade de que Lázaro havia feito um pacto com o diabo, mesma história contada atualmente.
“A polícia de todo o canto veio atrás dele, mas não o encontrou. O povo dizia que ele tinha feito um pacto com o diabo e virava toco e por isso não era visto. Isso quem contava era o povo da roça, mas a gente sabe que isso tudo é medo. A região é cheia de gruta e ele aproveitava para se esconder. Ele só se entregou à polícia porque estava com fome e uma hora poderia ser morto”, explica uma moradora de Barra do Mendes.
Quando ainda estava escondido na serra, Lázaro usava uma tática para despistar a polícia. Ele usava os chinelos ao contrário, assim produzia pagadas para o sentido contrário que estava indo. “Ele amarrava os pés no lado contrário que as pessoas usam as sandálias, assim fazia uma falsa trilha que levada os policiais para mais distante dele”, relatou.
Faça um comentário