
Dois pais diferentes. De dois lugares diferentes. Mas com sentimentos parecidos. Leandro Couto Ribeiro e Jeferson Barbosa sofrem por que tiveram os filhos tirados do convívio. Nos dois casos, as mães das crianças levaram elas aos Estados Unidos sem o consentimento dos pais, o que é caracterizado como sequestro.
Os dois deram entrevista ao repórter investigativo Thathyanno Desa, no Programa Lado a Lado com a Verdade. “Minha filha foi levada sem a minha autorização. Eu nem sabia de nada. Quando fiquei sabendo, ela estava lá dentro já”, conta Leandro, de 29 anos, e que mora em Açucena.
“Uns 60 dias atrás, ela estava me procurando para eu assinar um passaporte. Disse que era para passar as férias. Eu ia assinar, porque não tinha conhecimento do caso. Só que perguntei para um, perguntei para o outro, e vi que ela queria me dar o golpe. Ela disse que queria tirar umas férias no Rio de Janeiro e que precisava assinar o passaporte. Mas para andar pelo Brasil não precisa de passaporte”, afirma Leandro.
Ele revelou que a ex-companheira, Kivianny Kelly Aparecida Barbosa, chegou a falsificar documentos para levar a filha aos Estados Unidos. “Fui na [Polícia] Federal, levei a documentação, foi feita a perícia e constatado que a minha assinatura foi falsificada. Ela veio pelo cai cai. Faz uns 20 dias que ela está nos Estados Unidos. Eu não tenho falado com a minha filha, inclusive ela excluiu todas as redes sociais dela, daí não tem como entrar em contato. Por enquanto eu estou correndo atrás e não tive resposta nenhuma. Preciso de uma ajuda pra trazer minha ilha de volta pra cá, porque está muito difícil sem ela”, contou, Leandro, que afirmou ainda que não tem conseguido dormir e tem medo que aconteça algo com ele. “Você sabe. Dinheiro faz tudo”, completou.
Durante a entrevista, Thathyanno revelou que ligou para mulher, que não gostou. Por volta das 11 da noite, ela colocou na linha uma pessoa que se apresentou como advogado e disse que iria processar se usasse o nome dela e mostrasse a foto. O repórter investigativo, porém, destacou ter provas do caso e que não iria ser intimidado.
Thathyanno também questionou Leandro sobre as acusações de uma prima de Kivianny que ele teria agredido ela. “Isso é mentira. Não tem nenhum boletim de ocorrência. E quem não deve, não teme. Quem não deve mostra a cara. Quem deve, esconde. Ela está falando que eu batia nela. E eu tenho texto no telefone, que ela diz que se nós estávamos tão bem com a guarda da filha, porque eu não assinava o passaporte. Faz 6 anos que a gente separou. Agora que esse boletim vai aparecer?”, disse. Thathyanno confirmou que pediu os boletins de ocorrência, mas que não foi entregue nenhum.
Sobre as pessoas que falaram que a menina teria uma vida melhor nos EUA, ele disse que gostaria que eles passassem por isso. “Um filho longe, o pai fica de coração partido, porque o pai quer ver o filho crescer dentro dele”, completa.
Já Jeferson também é mineiro, mas de Goiabeira. Ele contou que estava trabalhando no estado do Espírito Santo quando a ex-esposa levou o filho deles aos Estados Unidos.
“Quando eu falava que ia a Goiabeira visitar meu filho, eles falavam que tinha uma ordem de prisão para mim, que eu não poderia ir. Até que um dia eu teimei e vim assim mesmo, mas perguntei para os policias se tinha uma ordem de prisão, e eles disseram que não. E a minha ex-esposa disse que estava indo a Belo Horizonte passear com meu filho. Quando eu me dei por conta, ela já estava nos Estados Unidos. E eu adoeci com isso. Entrei em depressão profunda. É meu único filho. Eu fiz vasectomia, e aquilo foi como me dar com uma porretada na cabeça. A única coisa de valor que eu tenho na vida foi meu filho. Eles agiram de má fé. Eu não autorizei ninguém a tirar meu filho daqui sem a minha permissão”, revela Jeferson, que está há dois anos sem ver o filho que vai fazer 14 anos.
“Eu fiquei quase um ano trabalhando no Espírito Santo. Depois, quando vim para Goiabeira, que eu adoeci, meu pai me mandou pra São Paulo fazer tratamento. Eu fiquei desesperado. Isso me trouxe um mal muito grande. A mãe dele me privava da convivência. Dizia para ele que se eu fosse falar com ele, ele iria apanhar. E ultimamente ela tem me privado de falar com meu filho. Ela tinha me bloqueado no WhatsApp. Ela me ligou para eu não dar a entrevista, mas o pai tem que participar da educação dos filhos. Eu sinto falta do meu filho e quero ele aqui comigo”, completa.
Dois pais. Duas lutas para poder ter os filhos perto novamente.
“Eu amo ela demais. Ela é tudo para mim. Passei o dia dos pais chorando. A mãe dele nem sequer respondeu minhas mensagens”, contou Leandro, que contou que o relacionamento com a mãe da filha dele era conturbado, já que a mãe dela não apoiava.
“Eu quero ter ele comigo. É meu único filho. Quero participar do crescimento dele, do desenvolvimento dele”, completa Jeferson.
Confira a entrevista completa:
Não fácil fica longe de alguém q amamos