
O dia 25 de setembro de 1999 foi um dos mais felizes da vida de Karen Oliveira, pois foi naquela data, que ela dava a luz a Geraldo Neto. 22 anos depois, o sentimento é de angústia. De uma mãe que não sabe o paradeiro do filho. Há mais de duas semanas, ela busca por notícias dele, que morava em Alexandria, no estado americano da Virgínia.
O caso ganhou repercussão e nesse sábado, dia do aniversário de Geraldo, ela falou com exclusividade com o repórter investigativo Thathyanno Desa, dando detalhes do desaparecimento do filho. Ela é brasileira, mas mora na Bélgica, e não tem notícias dele desde o dia 10 de setembro.
“Ele é um cidadão americano e está desaparecido há 15 dias, desde o dia 10. E ele não entra em contato conosco desde o dia 9 de setembro. Eu moro no interior da Bélgica. E eu tenho pedido ajuda às pessoas para encontrar o meu filho nas redes sociais. Fiz o report na polícia nos EUA. Pedi a várias pessoas para fazer esse report. A polícia demorou quatro dias para aceitar ele como missing person, como pessoa desaparecida. Depois de muita insistência, divulgacão e pressão, porque eu dei algumas entrevistas. Só que eles disseram ontem [sexta-feira] que encontraram ele no dia 18, sem me dar nenhum detalhe, e só disseram que meu filho estava vivo e saudável, que a lei americana protege a privacidade do cidadão, e que não podem me dar nenhum tipo de informação e que o caso estava encerrado. Mas tem um mistério. Se encontraram ele no dia 18, porque não me disseram isso no dia 18. Continuaram investigando todas as pessoas que tiveram contato com ele, as barbearias que ele trabalhou, os amigos. Mas eu não vou deixar de buscar o meu filho”, contou.
De acordo com Karen, o filho nunca ficou mais de 24 horas sem falar com a família. “Se não fosse comigo, era com o tio dele que mora comigo e tem quase a idade dele. Ou com a irmã. O meu filho é um tipo de rapaz, apesar da idade, quando ia escolher uma roupa, me mandava foto. Independente mas muito amoroso”.
Geraldo chegou nos Estados Unidos no dia 21 de setembro do ano passado. Ele nasceu no país, mas essa foi a primeira vez que ele retornou. Ele morava em Alexandria, junto com um colega de trabalho, da barbearia. No dia 9, depois de uma desavença, ele deixou a casa e passou a noite na casa de uma amiga. Foi a última vez que a mãe teve notícias dele.
“O colega dele de trabalho fala comigo diariamente. Foi a primeira pessoa que fez o report na polícia. No início, meu primeiro pensamento foi que ele tinha feito algo para o meu filho. Ele é libanês, trabalha no mesmo salão que o meu filho, é dono do apartamento, e ele alugava o quarto. Ele viajou para a praia, chegou e o Neto tinha feito muita bagunça na casa, jovem, e ele não aceitou. E a gota d’água é que meu filho foi numa lojinha de conveniência à noite, e deixou a porta aberta. Eles discutiram, pois aquilo era perigoso, e ele pediu para meu filho sair da casa. Mas a polícia verificou o telefone dele, de todo mundo que trabalhava com ele. E eu vi o print da conversa deles, ele disse ‘Bro, você sai da casa, mas nao precisa sair do trabalho’. Ele nao foi despedido do trabalho, ele que decidiu sair”, revela Karen. “Ele não voltou para buscar os pertences dele na barbearia. Nao voltou para voltou para buscar as coisas pessoas na amiga dele”, completa.
Mesmo longe, Karen comemorava o aniversário do filho. Tanto que no ano passado, ela organizou uma festa surpresa à distância. “No ano passado ele estava nos EUA. Ele nasceu nos EUA e foi a primeira vez que ele voltou, dia 21, quatro dias antes do aniversário. E mesmo longe eu fiz uma festa surpresa. Sempre foi um aniversário muito celebrado”.
“Meu filho nao está deixando de entrar em contato comigo por livre e expontânea vontade. Aconteceu alguma coisa. Eu não faço ideia. Ele nunca foi viciado em drogas pesadas. Ele fumava maconha, eu sabia, e isso nunca afetou ele, nunca ficou uma pessoa agressiva, nunca deixou de dormir em casa ou dar notícia. Não vou dizer que sou feliz com isso, mas nunca atrapalhou. Eu procurei saber. Pensei que ele podia estar se drogando, perdido na rua”, revela a mãe.
Karen já obteve o visto e chega nesta terça-feira aos Estados Unidos, onde irá ampliar as buscas. “Eu nao vou desistir. Enquanto eu não encontrar o meu filho, eu não vou parar de procurar por ele. Se algum amigo tivesse falado comigo, que ele não quer falar mais com a família ou algo do tipo, o que ele jamais faria, eu pelo menos estaria mais confortável, mas essa notícia da polícia não trouxe nenhum alívio, muito pelo contrario. Me colocou muitas coisas na cabeça. O celular está desconectado. Não postou mais nada nas redes sociais”, contou.
Karen também disse que tem recebido ajuda de inúmeras pessoas da comunidade, sensibilizadas com o caso que ela tem enfrentado. “Ajuda de pessoas que eu nem conheço. Fico muito agradecida. Muito obrigada”.
Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Geraldo Neto, pode entrar em contato com a redação do GN USA WEBTV, através do telefone: 16179708850.
“Só peço, volta para casa, entra em contato com a sua mae pelo amor de Deus. A mamãe te ama e você sabe”, completou Karen.
Confira a entrevista completa:
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