Destaque na polícia e deputado mais votado no Paraná, Sargento Fahur abre o jogo sobre o Brasil

Força e honra. A frase que Gilson Cardoso Fahur, nacionalmente conhecido como Sargento Fahur, leva consigo no dia a dia. De 35 anos na Polícia Militar do Paraná, chamou a atenção de todo o país, pela maneira como buscava acabar com a criminalidade. E isso lhe credenciou para que pudesse ser eleito deputado federal, e buscasse acabar com a criminalidade, mas desta vez, no Congresso Federal.

Sargento Fahur foi o convidado do repórter investigativo Thathyanno Desa, no Programa Lado a Lado com a Verdade, na GN USA WEBTV, e por uma hora e meia, falou sobre segurança pública, política e as diferenças entre o Brasil e os Estados Unidos no combate ao crime e aplicação das leis.

“A pandemia atingiu o mundo inteiro, e com o Brasil não seria diferente. É difícil fazer certas análises porque você não sabe como estaria o país e o mundo sem a pandemia. Estou vendo algumas melhoras no Brasil, pelo menos uma quebra de paradigmas. Um presidente que tem interesse e vontade de mudar o país para melhor, mas também uma guerra ideológica muito forte por parte da esquerda para tentar, de todas as maneiras, minar o trabalho do governo Bolsonaro e quem quer ver um Brasil melhor. Logo vamos nos recuperar dessa pandemia, dessa tragédia que graças a Deus está cedendo um pouco e vejo com bons olhos o Brasil mudando e tenho certeza que o futuro será muito melhor”, falou, sobre o momento atual do Brasil.

Durante o período em que atuou como policial militar, Fahur teve participação ativa no combate ao crime. “Fiquei 35 anos na polícia. É o tempo limite que o estado permite um policial cumprir na ativa. Cumpri os 35 anos trabalhando no serviço operacional. Grande parte deles, cerca de 14, 15 anos nas rodovias, combatendo o tráfico de drogas, armas ilícitas, cumprindo mandados de prisão contra procurados pelas justica e também combatendo o grande contrabando, principalmente o cigarro, que parece um crime de menor potencial ofensivo, mas que infelizmente as grandes facções criminosas estão migrando para o contrabando de cigarros que é um crime bastante lucrativo e que é menos mal visto aos olhos da sociedade que o tráfico de drogas, mas bastante nocivo, já que devido ao contrabando, autoridades públicas são corrompidas. Existe furtos e roubos de veículos para transporte de cargas ilícitas. É um crime que eu combati bastante no estado do Paraná, que faz fronteira com Paraguai e Argentina, e tudo de porcaria que por ali passa” relembrou.

Hoje, porém, Fahur também tem que lidar com outros tipos de criminosos. Alguns que usam terno, e não querem ver o Brasil dar certo. “São diferentes tipos de vagabundos, de bandidos, mas nem por isso menos perigosos. São crimes tão graves quanto os que eu citei a corrupção, uso do poder de mandatos políticos, em detrimento da população e a favor do crime, ideologicamente também. Tem uma parcela de políticos, deputados, senadores, principalmente de esquerda, que são contra. Dizem que prender não é a solução. Que o Brasil prende muito e prende mal. A gente sabe que a longo prazo, o que vai salvar o Brasil é a educação, mas a curto prazo, é bandido na cadeia e bandido no cemitério. Estamos enfrentando muitas dificuldades dentro do parlamento para fazer mudanças que o criminoso seja tratado de fato como criminoso. O estado passa muito a mão na cabeça de bandido, tratando como vítima da sociedade e como coitadinho, quando na verdade não são.

Fahur também destacou a maneira como o bandido é protegido pelo sistema judiciário brasileiro. Um exemplo foi dado por Thathyanno, no caso Julio Cuel, um pedófilo cuja imagem não foi exibida no Brasil.

“Infelizmente, em 2019, um projeto de lei foi aprovado a toque de caixa, trabalhado pelo então deputado Rodrigo Maia. Para mim, foi aprovado de forma ilegal, covarde, foi votada uma urgência para o projeto ser aporvado. E através de uma maracutaia, ele aprovou simbolicamente daquela maneira de que, ‘quem é favorável permaneça como está, aprovado’. Vários deputados se manifestaram, eu inclusive. Assinamos um documento para que fosse colocado uma votação nominal. o projeto de abuso de autoridade e nele está inserida a proibição de se divulgar imagem de bandido, de marginais, por qualquer funcionário público, entre eles políticos e policiais. Por exemplo, o bandido é preso em flagrante e o policial é proibido de divulgar sua imagem, com risco de ser processado. Inclusive apresentei há poucos dias no Parlamento um projeto para reverter isso. Olha em um caso de estupro e roubo. Um bandido é preso por estupro e nao pode mostrar sua imagem. Antigamente, mostrava o rosto na televisão e várias outras vítimas procuravam a delegacia e ele respondia pelos outros crimes. O roubo, a mesma coisa, facilitando o trabalho da polícia e livrando a sociedade de um bandido. Tenho um projeto para que esses tipos de crimes, a imagem do bandido seja exposta na televisão, redes sociais, que o agente não seja punido. Bandido preso em flagrante tem que ser exposto”, conta.

“Infelizmente no Brasil, há essa proteção ao bandido. Eu conheço a maldade humana. Então por isso eu trabalho para que esse tipo de vagabundo seja severamente punido, inclusive com penas acessórias e leis acessórias. Que não possa frequentar determinados ambientes. Esse tipo de pena, que se você falar no Parlamento, é capaz de alguns deputados darem xilique. Mas é assim que você vai proteger pessoas de bem, como nossas crianças e nossas mulheres. Aqui não pode ser terra de ninguém. Um brasileiro criminoso na Espanha matou a família dele e fugiu para o Brasil e alegou que puxar cadeia na Espanha seria muito mais difícil. Esse pessoal vem se escorar aqui justamente por causa das nossas leis frágeis. O cara pega pena de 20 anos, mas no fim, cumpre quatro. Lei fajutas cheias de brechas. Falam que o Brasil prende muito e prende mal. Se temos a terceira maior população carcerária do mundo e estamos cheios de vagabundos nas ruas, imagina se as cadeias não estivessem cheias”, analisa.

Outro trabalho destacado por Fahur na Câmara Federal é a valorização do policial, que no Brasil recebe um salário muito abaixo do que deveria. “Tragalho e cobro diuturnamente a valorização dos profissionais de segurança pública. Cobrando a valorização. Temos alguns estados que estão em um nível melhor, mas não estão bons. E alguns estão em uma situação catastrófica. No Paraná, estamos há 10 anos sem reajustes salariais. O gás era 35, gasolina 2,70, quando os policiais tiveram o último reajuste. Esse reajuste já passou da hora. A data base não é cumprida. Precisamos sim, de valorização, não só salarial, mas carga horária definida em lei, vale-alimentação. O policial acaba tendo que fazer outros bicos, para conseguir complementar o salário, para poder pagar água, luz”, destaca.

Por outro lado, ele faz parte dos deputados que buscam acabar com os salários abusivos e as regalias. “Há vários projetos dentro da Câmara, contra os supersalários, não só no Legislativo, mas no Executivo, e esses projetos têm o meu apoio e de deputados que chegaram com uma outra visão de Brasil. Acabar com os privilégios. Não podemos ter um juiz, que com os penduricalhos, acaba recebendo quase 300 mil de salários”.

Fahur também destacou dois projetos que apresentou na Câmara. “Tem um projeto que fala sobre os presos separados por facções. Tem que colocar tudo junto. O cara é macho aqui fora? Então vai cumprir com os desafetos deles. Para que o jovem criminoso que acha bonito essa vida de crime, saiba o que pode acontecer. Outro é que torna hediondo o crime de roubo dentro da residência do cidadão ou dentro do local de trabalho. Hoje roubar um celular na esquina tem o mesmo peso de entrar na casa, humilhar, roubar e sair. Assim, esses criminosos perdem muitas regalias. E quero proteger o cidadão dentro da sua casa”, adianta.

Outro comentário foi sobre algumas aberrações vistas no Poder Judiciário. “Em Maringá, um casal de ladrões, especializados em roubar celulares, foi preso pela polícia no mesmo dia. O homem foi cumprir pena em local para homens, e a mulher, em outro local. E uma juíza determinou que uma viatura da polícia militar pegasse um deles de encontro ao outro no presídio para que eles pudessem transar. Com combustível pago pelo contribuinte. Uma aberração. E isso acontece no Brasil. Tem que penalizar um funcionário público, um juiz que faz isso”.

Na maior parte do tempo em que esteve atuando na Polícia, Fahur combateu com força o contrabando que vinha do Paraguai. Mas ele contou que a culpa dessa prática não é do país vizinho. “Aqui temos fronteiras secas, a pessoa entra pelo Paraguai pela facilidade que tem. Já abordei, não era bandido, era ábrabe, que vinha do Paraguai para trabalhar. Mas podia ser pessoas de má índole. No Paraguai, traz-se muitas porcarias para o Brasil. Como drogas e armas. Mas é o desgraçado que mora no Brasil que vai lá comprar. O ex-presidente é dono de uma fábrica de cigarros, um comércio como qualquer outro. E acusaram que de culpa pelo contrabando que entra no Brasil. Ele disse ‘eu sou um produtor, vendo meus cigarros, pago meus impostos. Se alguém pega o cigarro do meu país e leva para outro, a culpa não é minha’, e ele está certo”.

Sobre cigarros, ele lembrou ainda um dos vídeos que o deixaram famoso a nível nacional, sobre o maior fumante do mundo. “É verdade. Estava com a viatura da Rotam, em perseguição a um Monza e um Uno. O Monza capotou em uma curva e ele levava 35 caixas de cigarro. Cada caixa possui 50 pacotes, e cada pacote tem 10 carteiras. Tinha milhares de carteiras de cigarro. E quando questionaram, ele falou que era tudo para consumo próprio, para não precisar ir comprar de novo. Um cara gozador, que ficou considerado o maior fumante do mundo. E uma vez ele me ligou e disse: ‘sargento, o nosso vídeo está bombando'”, contou Fahur, aos risos.

Ele também revelou que sente falta do trabalho na Polícia, tanto que às vezes, continua fazendo abordagens, mesmo como deputado, e já pegou pessoas com drogas. Porém, é algo que não é fácil de fazer contra um político corrupto, já que seria necessário pegar em flagrante.

“O que incomoda e sempre me incomodou é a impunidade. O Brasil é o país da impunidade. O STF mandou prender um deputado por crime de opinião. Tem mandado prender pessoas da imprensa. Mas dentro do STF tem processos contra políticos como Renan Calheiros, Gleisi Hoffmann, e alguém está sentado em cima, porque não anda. Gostaria que tivessem a mesma celeridade, a mesma fúria, para prender os mesmos políticos corruptos. Gente com desvio de milhões que não é preso, que não fica inelegível”, conta.

Ele também analisou a saída de Lula da prisão, e fez uma projeção negativa. “Para Lula voltar à prisão, falta vergonha na cara dessas pessoas que eu citei. Lula não foi inocentado. Anularam os processos, mas não falaram que o que estava no processo era mentiroso. Mas pela idade que ele tem, até ele ir preso de novo, seria com 100 anos, então não espere ver Lula na cadeia”.

Por fim, Fahur deixou uma mensagem aos brasileiros que moram no exterior. “Eu conheço muitas pessoas aqui do Brasil, de bem, foram aos EUA trabalhar. Claro que o crime existe em todos os lugares, mas falam das leis rígidas. Bandidos temos em todos os lugares, mas temos sim brasileiros bandidos que vão aos EUA. Tenho certeza que quem foi, não perdeu o amor pelo Brasil. Torce para o Brasil dar certo. O que eu digo é: mantenha a confiança no seu país. E nós, que estamos aqui tentando mudar o Brasil para melhor, vamos estar torcendo por você”.

Confira a entrevista completa:

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