Serviços legais, só com advogado licenciado: conheça três advogados brasileiros

Um problema enfrentado pela comunidade brasileira é a busca por serviços legais. Muitas pessoas não sabem a quem recorrer, e muitas vezes acabam não buscando ajuda, pois não possuem o domínio do inglês. E para piorar, nos últimos tempos, têm aparecido pessoas que se dizem consultores, indicando para advogados. Um serviço que além de ilegal, já que não podem dar conselhos jurídicos sem licença, ainda é imoral, já que estão indicando aos profissionais que lhes pagam comissões, independente da qualidade.

E para tentar mudar essa situação, o repórter investigativo Thathyanno Desa levou ao seu programa três brasileiros que são advogados licenciados nos Estados Unidos, especializados em imigração. Pessoas engajadas em ajudar a comunidade, e que também falam a mesma língua.

“Fazendo pesquisa com brasileiros, perguntei, qual sua dificuldade, para encontrar um advogado e a primeira coisa que eles falaram é que era o idioma. Para vocês que estão com esse obstáculo, quero apresentar três advogados que são um orgulho para a comunidade. Pessoas que foram à faculdade e estudaram, fizeram o que tem que fazer da maneira correta e conseguiram a licença com esforço e muita luta”, disse Thathyanno.

Este material é exclusivo do GN USA WEBTV. Está proibida a reprodução sem autorização.

O primeiro a ser apresentado foi Bruno Britto. “A gente tem vários advogados brasileiros na comunidade e é muito bacana você apresentar esses advogados à comunidade. Eu tenho uma ONG que o intuito é providenciar serviços jurídicos de imigração. E quando é outra área jurídica, trabalhamos com ONGs que têm advogados que providenciam advogados sem custo. Em New Hampshire. Fazendo indicações de outras áreas. E se não for de baixa renda, sempre temos amigos que trabalham nessa área para a comunidade”, explica.

Em seguida, foi a vez de conhecermos Karen Roberts. “Sou advogada de imigração. Trabalho na área desde 2013. Tenho meu escritório, trabalho sozinha. E faço o trabalho de imigração na área de família. Sou advogada no Brasil também. Estou na área jurídica desde 2000. Há 20 anos, entre o Brasil e os Estados Unidos”, conta.

Por fim, Clarissa Kalil foi apresentada. Minha história de imigração é desde que eu nasci. Eu nasci nos EUA, mas meus pais foram ao Brasil desde que eu tinha 4 anos. Fui criada no Brasil sonhando em retornar aos EUA. No Brasil me tornei advogada com 21 anos. E depois voltei aos EUA e realizei o sonho de me tornar advogada aqui também. Trabalho com imigração. Nosso foco é o direito de imigração na área humanitária. A gente trabalha bastante com visto U, visto T para quem é vítima de tráfico humano. Também bastante asilo. E também vistos de trabalho. Mas o foco são as vítimas de violência doméstica e asilos”, detalha.

Eles também responderam perguntas da audiência, como a possibilidade de aplicar o Green Card através da filha. Bruno explicou que cada caso é um caso, mas por ter uma filho ou filha cidadão, o filho ou filha pode pedir para os pais o Green Card, mas são vários fatores que precisam ser considerados.

Outra pergunta é sobre uma lei para favorecer quem entrou nos Estados Unidos antes de 2009. Clarissa explicou que nada mudou nas leis imigratórias, mas há uma proposta de lei de imigração. “Já tivemos muita esperança com a reforma imigratória. Nesse atual momento não tem nada disso, nada concreto. Mas temos muitos projetos de lei no Congresso, mas nada mudou”.

Sue O’brien perguntou sobre petição de asilo e fabricações de fatos sem evidências. “A gente conhece o processo de asilo, e sabemos que de fato é muito sério e existem muitas pessoas fabricando casos que não existem”, disse Karen..

“O pedido de asilo é um pedido muito sério. Existe um primeiro requerimento, que é o prazo de um ano. Do momento em que a pessoa entrar no país, existe um ano para protocolar o pedido de asilo. Se está aqui há mais tempo, já está fora do prazo e é um empecilho. É um processo muito difícil, complexo. Violência tem em todo o lugar. Pedido de asilo é bem específico. Está relacionado a uma característica individual. Geralmente pede uma proteção ao governo americano por estar sofrendo perseguição por opinião política, raça, origem, religião ou faz parte de um grupo particular social. Por exemplo ,a mulher brasileira é um grupo social para pedir asilo, já que o Brasil é um país machista, que o crime de feminicídio foi criado com base nisso. Mas tem que ser verdade. Nada fabricado. Uma aplicação de asilo que não for baseada na verdade é desqualificada de qualquer processo imigratório. Se o pedido não for verdadeiro, não faça”, explicou Clarissa.

Karen completou: “A gente vê os pedidos de asilo sendo banalizados. E isso é ruim para a comunidade. Está uma bagunça a questão do asilo. E é a própria comunidade que vai pagar o preço lá na frente”.

Sobre o caso dos indicadores, Thathyanno perguntou como eles se sentem sobre isso.

“Para se tornar advogado nos Estados Unidos não é fácil. É caro, muitos anos de estudo. Para mim foi uma luta muito grande. Só Deus sabe o que eu passei. Quando eu comecei o law school, eu estava grávida e tinha uma filha. Foram noites sem dormir, com bebê no colo e estudando com o livro. Tive contrações a caminho da universidade. Foi um esforço fenomenal. Tem gente que quer o sucesso sem passar pelo sacrifício. É muito esforço, dedicação. Então é muito importante ver se o advogado é licenciado. Se tem um histórico. Tem que ter um conhecimento. Não é uma profissão fácil. Procure um advogado de verdade”, disse Clarissa.

“A questão de tempo, financeira, é muito pesada. Demanda muito esforço. Abdicação dos filhos. E é preocupante ver as pessoas sendo expostas a pessoas que não têm preparo, estudo e autorização para fazer esse tipo de trabalho. Não é só a faculdade. É ter uma licença para fazer isso. Não é simplesmente ler livros ou procurar a resposta na internet. A internet tem a resposta. Mas ser autorizado a fazer isso. É uma responsabilidade muito grande. Podemos ser processados por um caso que dá errado. É muito sério. Da mesma forma que temos o benefício da profissão, a gente também carrega toda a responsabilidade. São vidas que dependem da gente. Tem que ser feito com muito cuidado e não é o que tem acontecido aqui”, analisou Karen.

“O que mais me incomoda são os danos que essas pessoas acabam causando. Quer fazer indicação, pode fazer, mas faz de acordo com a lei. Não pode cobrar. Não existe isso. Quem pode fazer indicações é o próprio BAR. E não cobra nada. Mas no momento que começa a cobrar e instruir a pessoa como proceder, gera um problema muito grande. Muita gente acha que é só preencher papel. Cada questão no papel é baseada em um estatuto. Se responder um sim ou não de forma incorreta, pode causar um risco muito grande para a pessoa. Nas duas últimas semanas, eu recebi muitas ligações de quem pagou 150 dólares para essas coisas preencherem mudança de endereço na corte e as pessoas não fizeram. No final das contas, tiveram a audiência sem saber, porque não receberam a notificação no endereço novo. Pessoas despreparadas. Se acham que estão preparadas, porque não seguem os protocolos certos? Aí vão saber como é o longo processo e como instruir as pessoas de forma correta”, disse Bruno.

Perguntado sobre como saber se o advogado não vai se enrolar no caso, Bruno disse que a melhor forma de saber é perguntar para alguém que já lidou com esse advogado. “E acontece muito. Tem advogados que pegam dinheiro das pessoas e acabam deixando de lado. A carga de trabalho é muito pesada, mas temos que saber o quão ocupada a gente está e o quanto de trabalho a gente pode pegar para ter um bom rendimento, já que são vidas de pessoas”.

Também falaram sobre as consequências de um pedido falso de asilo.
“Você pode ficar banido pelo resto da vida de qualquer aplicação imigratória. Se acharem que o pedido de asilo foi fake. É uma das maiores penalidades que podem acontecer, além de ser fraude. Por isso, não faça”, disse Clarissa. “O próprio advogado pode ser investigado. Porque quando assina o formulário, a gente afirma que todos os fatos foram investigados e estamos agindo de acordo com a lei”, completou Bruno.

Questionados se eles têm visto muitos erros, Karen disse que: “Todo advogado de imigração deve ter recebido muitos casos para ser consertados. Que trabalharam com pessoas não licenciadas, não qualificadas, ou um amigo, alguém que não sabe inglês. Eu já tive essa experiência de tentar consertar. Às vezes não tem o que fazer. Às vezes, a consequência é muito grave”. “A maioria dos casos, infelizmente não tem conserto, e isso é muito ruim. O cliente vir no seu escritório, você vê que é uma pessoa boa, mas foi desafortunada e não tem nada que você pode fazer”, completou Bruno.

Thathyanno perguntou aos advogados, a maior dificuldade deles.

“Eu acredito que a questão de proteger a nossa comunidade. É uma dificuldade que eu tenho e acredito que os outros advogados também. Sei de pessoas que vieram até mim falando que tal advogado fez a petição inicial, e a pessoa não era advogado e elas nem sabiam. É triste e é difícil lidar com isso. As pessoas não sabem o que procurar, ou quem procurar. E é difícil proteger as pessoas se a crítica de “está querendo pegar cliente”. Esse é um desafio”, disse Karen. “Um alerta e pedido de cuidado com os bazares, usados como ferramentas para divulgação, para expor ideias, pedir ajuda. E isso é ótimo. Mas na questão jurídica, tomar cuidado para não expor problemas. E nas sugestões. Cuidado para não receber conselho jurídico de pessoas não qualificadas. Recebendo conselhos que não são corretos e que podem colocar em situação complicadas. Cuidado ao expor seus problemas”, completou.

“Hoje em dia, na nossa comunidade, chegam muitos processos no escritório que eu não quero colocar nem meu nome. Tem muitas vítimas de quem se passa por advogado. Imigração é um assunto muito sério. Nós que temos uma licença, se cometermos um erro, a licença está em jogo. E você vai recorrer a quem? Por isso somos muito cautelosos pelo processo que a gente pega, porque é o nosso nome envolvido. Não estamos aqui para nos promover. Tem ótimos advogados que podem pegar o seu caso de maneira correta”, disse Clarissa.

Saiba como entrar em contato com os advogados

 

New Hampshire Brazilian Council
Attorney Bruno D’Britto
One Tara Boulevard, Suite 200, Nashua NH 03062
Cell/WhatsApp 603-318-2639
Imigração e serviços sociais

 

 

 

Karen Roberts
KR Immigration Law
6 Courthouse Lane suite #11, Chelmsford, MA 01824
(978)225-7050
Karen@krimmigration.law

 

 

Clarissa M. Kalil
129 Concord St, Suite 1, Framingham – MA 01702
(857) 218-0400
https://clarissaimmigration.com

 

 

Assista a entrevista completa

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*