Caso Adriana Rita: Brasileira vítima de violência sexual nos EUA dá detalhes do julgamento que condenou um dos estupradores

Em outubro do ano passado, a GN USA WEBTV apresentou a história de Adriana Rita, uma brasileira de Belo Horizonte, que revelou ter sido estuprada por dois homens – também brasileiros – no fim de 2018, quando estava morando nos Estados Unidos. O caso gerou grande repercussão, inclusive, com muitas pessoas a acusando de mentir. Mas a verdade não tardou, e um dos homens foi condenado pelo crime de sequestro e estupro, enquanto o outro, Cristiano Fernandes de Lira, segue foragido, e com informações que está em outro país.

O caso foi atualizado pela própria Adriana, que voltou a participar do Programa Lado a Lado com a Verdade, apresentado por Thathyanno Desa. Ela contou os detalhes da história e também como foi o julgamento que condenou Marcos Domingos à prisão.

Adriana chegou aos Estados Unidos em setembro de 2018, e conheceu uma mulher, para quem realizava faxinas. Ela, então, apresentou Adriana a dois amigos e uma semana depois, já próximo do Natal (entre os dias 23 e 24 de dezembro) a chamou para uma confraternização na casa de Fernando Bié. Mas no último momento, essa mulher não foi. Os homens, então chamaram um Uber e mandaram para a casa de Adriana, para que ela fosse à festa. E lá, depois de um tempo, sentiu que haviam colocado algo em sua bebida, o que a deixou anestesiada.

“E aconteceu,. O Cristiano pegou o carro emprestado com um dos colegas dele, e me deu carona. Mas no meio do caminho, eles pararam em uma oficina mecânica e aconteceu. Ele e o amigo dele fizeram sexo comigo sem o meu consentimento. Eles colocaram alguma coisa na minha bebida. Eu não estava em condições nenhuma, Me sentia anestesiada. Eu fiz uma cirugia um ano antes, e a anestesia fez o mesmo efeito”.

Segundo Adriana, Cristiano deu três cervejas para ela, enquanto Fernando Bié, o dono da casa, lhe deu shots. Fernando, inclusive, é o dono da oficina onde ocorreu a violência sexual.

“Eles negaram, e fiquei surpresa com o tanto de mulheres que ficaram a favor deles, falando que eu estava mentindo para me legalizar aqui. E perguntaram, porque uma empresaria brasileira estaria limpando casas nos Estados Unidos, mas foi graças à minha coragem de limpar casa, fazer cabelo, unhas, graças a Deus, eu não perdi a vontade de trabalhar. Sou uma empresária brasileira, tenho uma floricultura. E em cada país que eu estou, eu tenho o hábito de trabalhar, e é por isso que eu tenho uma vida boa. Não tenho medo do trabalho honesto”.

Quando Adriana fez a denúncia, o policial perguntou se ela havia feito algum exame que comprovasse a violência, e ela disse que não. Mas por sorte, haviam outras provas.

“Eu falei que as roupas que eu estava usando no dia ficaram guardadas. Porque por mim, eu ia colocar fogo, para nem lembrar. Mas coloquei numa sacola e não joguei fora, e no dia que eu fui fazer a denúncia, eu lembrei que a roupa estava lá. Ele perguntou se eu podia dar as roupas para procurar DNA. Eles também passaram cotonete na minha boca, chamaram o outro acusado para colher saliva e eu vim embora para o Brasil. Veio a pandemia e achei que o caso ia dar por encerrado. A corte manteve contato comigo todas as semanas. Eu fiquei doente. Tinha que andar de bengalas. Perdi todo o meu cabelo pela depressão”, revela.

E pouco mais de três anos do crime, enfim, o julgamento aconteceu: “Eles mandaram a passagem para eu vir para cá, mas foi adiada três vezes por causa da Covid. Então cheguei em março. O julgamento começou no dia 7 de marco, de segunda a sexta. E no último momento, o exame de DNA saiu e acharam material genético de duas pessoas na minha roupa. Uma delas, do Marcos, que todo mundo estava defendendo, aquele vagabundo. Pilantra. A minha defensora pediu 10 anos de cadeia, Mínimo oito. A defesa alegou que ele era pai solteiro, e dependia muito. E tentou convencer o juiz de cumprir a pena em condicional, porque tinha participado pouco, e que o mentor foi o Cristiano. Mas achou material genético dele”.

“O juiz seu seis anos. Achei pouco. Como ele já estava preso, vai ficar dois anos e meio preso em regime fechado. E quando sair, se não for direto deportado, vai ficar quatro anos usando a tornozeleira eletrônica. E estão atras do Cristiano”, completou.

Em fotos no Facebook, Cristiano mostra visual diferente

Já Cristiano Fernandes de Lira segue procurado pela policia americana por sequestro e estupro. Thathyanno explicou, que o sequestro, vem do fato de tirarem dela do lugar onde estava, disseram para ela que iam levar para casa, e foram para uma oficina. E a estupraram. Ela foi tirada da casa e levada a um local desconhecido, onde não queria estar.

E as informações dizem que ele está morando em Portugal. Inclusive, pelas fotos do Facebook, ele mudou o visual, utilizando lentes verdes, além de passar a usar barba e um cabelo diferente, na tentativa de não ser reconhecido.

“Um lixo, um animal desses não pode viver em sociedade. Tem que ficar na gaiola. Se fez isso com a Adriana nos Estados Unidos, pode fazer com outra mulher. Vagabundo, animal, lixo”, desabafou Thathyanno que também fez um alerta para que as mulheres nunca aceitem copos de outras pessoas, e tomarem cuidado com os próprios corpos e garrafas, porque têm aumentado os casos de covardes que drogam as bebidas para se aproveitar das mulheres.

Adriana também falou sobre as inúmeras mentiras que contaram sobre ela, com o objetivo de tentar diminuir sua versão. “Eles montaram uma pirâmide de mentiras. Falaram que eu vim para os Estados Unidos para me prostituir, que eu estava tentando vender pedras preciosas, que era as minhas joias que eles viram. Eu fui casada com um empresario alemão, muito rico, e por isso eu tenho joias. Eles viram porque eu mostrei, e tenho vontade de vender, mas não tenho coragem. Então falaram que eu estava fazendo contrabando. Eu tinha um quiosque na Barra da Tijuca e vendi em 2015 por 100 mil dólares. Por isso, desde 2015, eu estava vindo para os Estados Unidos porque eu estava planejando comprar uma casa na Florida para investir. Eles falaram tantas mentiras, e quando falaram na corte, todo mundo já sabia. Mas ninguém falou nada. E eu sei de cada palavra que falaram de mim. Eu não conseguia alugar quarto, porque eu só conhecia brasileiro, e eles ficaram sabendo o que tinha acontecido comigo, e em todo lugar, ficavam me apontando o dedo, dizendo que eu era uma pessoa problemática. Eu dormia no meu carro”, conta.

“Se tivesse falado a verdade desde o início, talvez não tivesse cumprindo pena. Mas desde o início, estavam criando uma armadilha para eles mesmos, porque a promotoria sabe quando está mentindo”, completa Adriana.

Por fim, tanto ela quanto Thathyanno fizeram o apelo a todas as mulheres vítima de violência: denucie. “A policia não quer saber do seu status imigratório, você vai ser protegido. Denuncie. E se não souber falar inglês, eles têm intérpretes. Se é vitima de violência, denuncie, não importa por onde você chegou. Aqui a lei funciona”, finaliza Adriana.

Confira a entrevista completa.

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