
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta quarta-feira (26) a exoneração do servidor Alexandre Machado, que atuava na Secretaria Judiciária do tribunal e tinha responsabilidade pelo recebimento dos arquivos com a propaganda eleitoral dos partidos e envio para o pool de emissoras de rádio e TV.
A informação da exoneração do servidor chegou a integrantes da campanha de Jair Bolsonaro na noite desta terça e tem sido tratada como mais uma evidência a fortalecer o discurso do presidente sobre fraude na propaganda eleitoral. “Na última semana ele foi exonerado do cargo em comissão devido à falhas no desempenho de suas atribuições. A exoneração aconteceu diretamente pela Presidência do TSE e foi realizada de forma sigilosa para evitar o conhecimento da imprensa”, diz uma fonte da campanha de Bolsonaro.
Na segunda-feira (24), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) acionou o TSE e informou que diversos comerciais da campanha não foram veiculados em rádios. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal, determinou o envio de documentos que comprovassem a acusação. A campanha de Bolsonaro encaminhou na terça-feira (25) ao TSE um documento com mais informações sobre a supressão de inserções.
Segundo a revista Veja, Machado foi à Polícia Federal nesta quarta-feira (26) para prestar um depoimento sobre o tema. O ex-funcionário do TSE afirmou que foi demitido depois de falar para seus superiores sobre supostas irregularidades na veiculação de inserções de Bolsonaro.
“Que especificamente na data de hoje, o declarante, na condição de coordenador do pool de emissoras do TSE, recebeu um e-mail emitido pela emissora de rádio JM On Line na qual a rádio admitiu que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil, referente ao candidato Jair Bolsonaro”, diz o depoimento obtido pela revista.
Machado diz ainda que comunicou a situação para seus superiores na Corte e que 30 minutos depois foi informado que estava sendo demitido.
Entenda o caso
A campanha do presidente afirma que diversas inserções deixaram de ser veiculadas em rádios. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o chefe de comunicação da campanha de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, deram entrevista a jornalistas para falar sobre o tema. Os advogados do chefe do Executivo classificam o fato como “gravíssimo, capaz de efetivamente assentar a ilegitimidade do pleito”.
Bolsonaro pediu ao TSE a “imediata suspensão da propaganda de rádio” da coligação do petista. Ao pedir mais informações, Moraes disse que a acusação enviada ao TSE não tem “qualquer prova e/ou documento sério”.
O pedido da campanha se baseia em um relatório feito pela Audiency Brasil Tecnologia, sediada em Santa Catarina e que se apresenta como “plataforma de distribuição, gerenciamento e acompanhamento de veiculações das campanhas de mídias offline (rádio)” em tempo real.
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