Ordens rápidas de expulsão destacam a intensificação do controle migratório no Chile sob liderança de Gabriel Boric.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Nesta quinta-feira (30), o presidente chileno Gabriel Boric anunciou medidas mais rigorosas no controle migratório, com planos de expulsão para imigrantes irregulares que não aderiram ao registro biométrico voluntário. Durante uma cerimônia focada no reforço das operações policiais para o controle territorial, Boric enfatizou a urgência de enfrentar o aumento da criminalidade e os índices inéditos de percepção de insegurança pública.
Boric instruiu as autoridades policiais a deter e expulsar, em até cinco dias, imigrantes irregulares com mandados de detenção pendentes. Para aqueles em situação irregular e sem mandados pendentes, uma ordem de expulsão será emitida caso não tenham concluído o registro voluntário, parte do plano biométrico implementado pelo governo este ano, que já registrou os dados de 127.000 pessoas.
A iniciativa visa corrigir o déficit de informação sobre a identidade de estrangeiros que entraram irregularmente nos últimos cinco anos, predominantemente venezuelanos. O debate sobre o aumento da imigração irregular ganhou força no Chile, especialmente após casos policiais envolvendo estrangeiros, incluindo o ataque com uma granada contra um agente em 19 de Novembro.
A oposição de direita ameaça um julgamento político contra a ministra do Interior e Segurança, Carolina Tohá, caso a expulsão de 12 mil migrantes irregulares não seja concluída até o final do ano.
Desde 2017, o território chileno testemunhou um aumento exponencial na chegada de migrantes venezuelanos, muitos cruzando fronteiras através de passagens clandestinas via Bolívia ou Peru. Estimativas oficiais indicam que dos 1,7 milhão de estrangeiros que chegaram nos últimos anos, quase metade são venezuelanos.
O projeto da nova Constituição, sujeito a votação em plebiscito em 17 de dezembro, inclui um artigo que preconiza a expulsão rápida de migrantes irregulares.
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