Império Criminoso Desmascarado: Jovens Lideravam Esquema Financeiro de Bilhões

Imagens meramente ilustrativa 

De Balneário Camboriú à Faria Lima, Jovens Empresários Lideravam Rede Complexa de Crimes Financeiros, da Lavagem de Dinheiro à Arbitragem de Criptomoedas

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Três anos de incansáveis investigações culminaram na Operação Ouroanós, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 29 de novembro. O esquema bilionário ilegal, meticulosamente gerenciado por 11 jovens de classe média, a maioria oriunda de Balneário Camboriú (SC), não apenas chocou a pacata cidade catarinense, mas estendeu seus tentáculos até a imponente Avenida Brigadeiro Faria Lima, o coração financeiro do Brasil.

O modus operandi da organização criminosa evoluiu de lavagem de dinheiro para tráfico de drogas e, finalmente, para uma rede complexa de crimes contra o sistema financeiro nacional. Operações sem autorização, oferta irregular de valores mobiliários, exercício ilegal de assessoria de investimentos, fraudes fiscais e empresariais foram engrenagens desse esquema, que agora é alvo da justiça.

Seis dos investigados estão supostamente envolvidos desde a criação do esquema, em 2020. A PF busca desvendar se outras 100 pessoas, operadoras nas empresas do grupo, também participavam da trama que se assemelhava a uma pirâmide financeira. Com cerca de 7 mil clientes registrados, as empresas abriram caminho em diversos estados, deixando um rastro de incertezas para possíveis vítimas.

Desdobramentos da Operação Ouroanós: Impacto Nacional e Internacional

O megaesquema, segundo a PF, transcendeu Balneário Camboriú, alcançando Curitiba (PR), onde o grupo estabeleceu uma central de operações, e posteriormente desembarcou em São Paulo (SP), conquistando a Faria Lima. A operação resultou em sequestro de imóveis de luxo na cidade catarinense e revelou uma central em Curitiba que coordenava os nefastos planos dos jovens bilionários.

Durante a operação, 28 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, envolvendo mais de 50 empresas, em locais como São Paulo, Balneário Camboriú, Palhoça (SC), Curitiba e Porto Alegre (RS). O esquema, que abria mais de duas dezenas de empresas anualmente, acumulou cerca de R$ 1,3 bilhão, movimentando-se entre lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas e operações financeiras ilícitas.

O impacto da operação foi expressivo, resultando em quase R$ 500 milhões em bloqueios judiciais e o confisco de 473 imóveis, 10 embarcações (incluindo dois iates de luxo), um jato e mais de 40 veículos de luxo. A polícia identificou mais de 100 contas bancárias e fundos de investimentos milionários, denunciando a sofisticada engenharia de movimentação de recursos do grupo.

A organização, suspeita de operar uma pirâmide financeira com arbitragem de criptomoedas, atraiu investimentos em pelo menos 17 estados e fora do país. A PF desvendou um esquema de “arbitragem com criptomoedas” que operava sem controle e autorização dos órgãos necessários.

No mesmo dia da operação, uma administradora de fundos de criptomoedas ligada ao grupo suspendeu os resgates de valores por ordem judicial, afetando três fundos que somam quase R$ 81 milhões e cerca de 500 clientes. A administradora, em comunicado, reforçou seu compromisso com as atividades e prometeu manter cotistas e mercado informados sobre desdobramentos.

Os objetivos ambiciosos do grupo incluíam a captação de US$ 1 bilhão entre investidores brasileiros, em ofertas públicas de contratos de investimentos coletivos relacionados à arbitragem de criptomoedas. Todo o esquema operava à margem das autoridades competentes, sem qualquer registro ou autorização.

Os envolvidos enfrentarão acusações que abrangem crimes financeiros, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional. À medida que as investigações prosseguem, o desmantelamento desse megaesquema revela as intricadas camadas de um império criminoso que afetou não apenas a Faria Lima, mas deixou um rastro de destruição por onde passou.

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