O julgamento de Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados pela morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, teve início na tarde desta terça-feira (12), quase uma década após o trágico incidente durante uma manifestação no centro do Rio de Janeiro.
A dupla enfrenta a denúncia do Ministério Público por homicídio qualificado por emprego de explosivo, com uma possível pena de até 30 anos de prisão. O julgamento ocorre no 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, com a expectativa de ouvir testemunhas de acusação e defesa, além dos próprios réus.
Santiago Andrade foi atingido na cabeça por um rojão enquanto cobria a manifestação em 2014. Imagens na época registraram o momento da explosão. Os acusados, após passarem cerca de um ano presos, obtiveram o direito de responder em liberdade.
A filha de Santiago, a jornalista Vanessa Andrade, expressou sua expectativa de condenação pelos crimes. “Infelizmente a justiça permite que quem responde em liberdade não volta pra cadeia sem esgotar todos os recursos. Mas a condenação pelo homicídio eles vão ter”, afirmou.
Cinegrafista Santiago Andrade morreu após ser atingido na cabeça por rojão durante protesto no Centro do Rio em fevereiro de 2014 Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
A advogada da família, Carolina Heringer, explicou que o objetivo é comprovar que os réus assumiram o risco de ferir ou matar, configurando um homicídio com dolo eventual. A defesa dos acusados lamentou a morte de Santiago, alegando falta de intenção de matá-lo.
O julgamento busca esclarecer as circunstâncias do crime e determinar a responsabilidade dos acusados na trágica morte do cinegrafista. A família de Santiago aguarda, após uma década, por um veredito que faça justiça à memória do homem que perdeu a vida enquanto exercia sua profissão.
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