
Lula nomeia Geller, indicando estratégias no TSE para fortalecer influência diante de redução de aliados no Senado
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
Nesta sexta-feira, 22, o ex-deputado e ex-ministro Neri Geller assume a Secretaria de Política Agrícola após reverter sua cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Geller conseguiu, na semana passada, reverter a cassação do mandato de deputado na Justiça Eleitoral, afastando as acusações relacionadas ao uso indevido da conta bancária do filho durante a campanha de 2018.
Denúncias e defesa
O ex-deputado Neri Geller enfrentou acusações do Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso por alegado “disfarce” no recebimento de dinheiro. Ele argumentou que os pagamentos de multinacionais foram direcionados diretamente ao seu filho, sócio dele.
Em agosto do ano passado, a Justiça Eleitoral cassou o mandato de Geller na Câmara dos Deputados por suposto abuso de poder econômico. Essa decisão não apenas impediu sua candidatura ao Senado, mas também o excluiu da possibilidade de assumir a Secretaria de Política Agrícola, cargo vago desde o início do governo, aguardando a resolução dos recursos judiciais.
Como peça-chave na ligação entre o presidente Lula e o agronegócio na última campanha, Geller, junto a Carlos Fávaro, seu aliado e posteriormente ministro da Agricultura, contribuiu para estabelecer conexões cruciais entre o governo e o setor agrícola.
De forma surpreendente, a nomeação de Geller para a Secretaria de Política Agrícola no Ministério da Agricultura foi autorizada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e publicada no Diário Oficial do governo Lula. Essa reviravolta marca o retorno de Geller ao cenário político, após superar desafios judiciais que o impediam de assumir cargos públicos.
Histórico e posicionamento político
Geller, figura influente no agronegócio, já ocupou o mesmo cargo no governo de Dilma Rousseff e foi ministro da Agricultura em 2014. Ele se destacou por apoiar o presidente Lula durante a campanha de 2022.
Após ter sua candidatura ao Senado barrada nas eleições de 2022, Geller enfrentou obstáculos legais, com o Ministério Público Eleitoral questionando seu registro, o que culminou na reversão da cassação pelo TSE.
Geller, fiador da candidatura de Lula junto ao agronegócio, permaneceu ao lado do petista, mesmo quando a maioria do setor apoiava Jair Bolsonaro. Ele chegou a ser cotado para o Ministério da Agricultura, mas Lula escolheu outro nome.
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