Manifestações refletem preocupações sobre preços baixos, concorrência e normas ambientais na Agricultura
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Milhares de agricultores franceses tomaram as estradas do país nesta quarta-feira(24/01), bloqueando o tráfego com tratores em um protesto contra uma série de questões, incluindo os preços baixos, a competição com importações baratas e as rígidas normas ambientais. O presidente do maior sindicato agrícola, a FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores), Arnaud Rousseau, alertou que as ações continuarão nas próximas semanas, destacando a urgência de “decisões concretas”.
Na véspera do protesto, uma tragédia abalou a comunidade agrícola, com a morte de uma fazendeira e sua filha em um acidente próximo a Toulouse, no sul do país. As manifestações, lideradas pelos chamados “agricultores furiosos,” buscam chamar a atenção para diversas queixas, entre elas o elevado preço do diesel não rodoviário, a concorrência desleal com importações, especialmente de grãos ucranianos, e a política de preços baixos do governo de Emmanuel Macron para os consumidores finais.
A pressão sobre os agricultores para reduzir os preços da produção em meio à inflação elevada e a implementação de padrões ambientais mais rigorosos pela União Europeia têm exacerbado as dificuldades financeiras enfrentadas pelos agricultores. Muitos alegam que a transposição das diretrizes europeias para a legislação nacional torna as normas ainda mais restritivas.
O presidente da Coordenação Rural, Véronique Le Floc’h, destacou que os agricultores se sentem “abandonados face aos desafios climáticos, geopolíticos e de saúde.” A FNSEA expressou sua determinação em continuar os protestos, indicando que a mobilização pode se estender até a região de Paris.
A expectativa é que o “diálogo estratégico” lançado pela Comissão Europeia na quinta-feira(25), aborde as preocupações dos agricultores, enquanto o presidente Macron enfrenta a crescente ameaça do apoio dos agricultores à extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, onde o partido Reunião Nacional lidera as pesquisas.
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