Alemanha Acolhe Brasileiros: Desafios e Oportunidades na Terra Germânica

Explorando Novas Fronteiras Acadêmicas e Profissionais

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

A Alemanha posiciona-se como o quarto país europeu com o maior contingente de imigrantes brasileiros, ultrapassando a marca de 160 mil até o ano passado, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

A atração para estudantes é evidente na Universidade Livre de Berlim, onde 22% dos graduandos e impressionantes 39% dos doutorandos vêm de terras brasileiras, buscando reconhecimento no cenário acadêmico internacional.

Maria Clara, uma dessas acadêmicas, explica: “A falta de financiamento no mundo acadêmico no Brasil foi uma das razões. Mas também, poder vir para Alemanha e estudar o Brasil. Foi a junção de duas paixões minhas, e eu poderia encontrar aqui.”

No entanto, essa migração não se limita apenas aos estudos. Marcos, que estudava alemão na Universidade de São Paulo, conquistou uma vaga no mestrado em Berlim no ano passado, enfrentando as inevitáveis dificuldades de uma mudança internacional. “São muitas dificuldades, normal. Quando você deixa o seu país, você acaba passando por um processo até meio traumático, né? Foi um choque cultural, mas a gente sobrevive,” observa o estudante.

Enquanto a Alemanha investe aproximadamente 500 milhões de euros anualmente em pesquisa universitária de alto nível, o país ainda enfrenta a evasão de talentos. Em 2022, mais de 630 mil vagas de trabalho ficaram sem ocupação, um recorde histórico, especialmente em setores cruciais como saúde e educação.

O envelhecimento da população e a falta de interesse dos jovens pelos salários oferecidos agravam a situação. O governo alemão estima que pelo menos 400 mil novos imigrantes por ano serão necessários para suprir a demanda em vários setores da economia.

Jens Wagner, chefe do Departamento de Cultura do Ministério das Relações Exteriores, destaca a importância da colaboração com o Brasil: “Nós precisamos de mais imigração em muitos setores: programadores, médicos, engenheiros, enfermeiros, também na gastronomia, e muitos outros setores. Mas, queremos organizar essa migração, em parceria com o Brasil.”

Em resposta a essa necessidade, a Alemanha aprovou em novembro uma nova lei de imigração, visando atrair mão de obra especializada de fora da União Europeia e facilitar o acesso ao mercado de trabalho alemão, com benefícios específicos para áreas com alta escassez de profissionais.

A área da saúde, em particular, tem sido alvo dessa estratégia. Danielle, uma enfermeira que migrou do Rio de Janeiro, destaca: “A empresa paga tudo, fornece tudo, dá o curso para a gente de alemão, ajuda com a documentação, a tradução da documentação, passagem aérea, ajuda a ver moradia. Eu não paguei nada, eu não tive custo nenhum nesse meu processo.”

Apesar dos desafios de adaptação, Danielle ressalta que a decisão de migrar para a Alemanha tem valido a pena: “Eu estou feliz aqui. Não é fácil… tem os nossos momentos de luta, a barreira do idioma é muito grande, é difícil. É tudo muito novo para a gente, e precisa se dedicar, precisa querer, e eu quero continuar… eu estou vencendo!”

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