Ministro da Fazenda enfrenta críticas internas enquanto PT celebra desempenho econômico e questiona déficit zero
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, surpreendeu até céticos ao mostrar-se firme na sustentação da política de déficit Zero, uma diretriz do Governo Bolsonaro sob o comando de Paulo Guedes, mesmo enfrentando críticas internas.
Em meio a divergências, uma aparente falsa modéstia de alguns políticos e uma preocupação com quem será o substituto de Lula, Gleisi Hoffmann pende ao PT, fazendo várias críticas ao atual Ministro petista. O PT tem como objetivo, atualmente, ‘resgatar valores’ e conquistar o público conservador, seu maior desafio no cenário político dos últimos anos.
Desafios da economia em 2024 e a sucessão Presidencial
Apesar do alinhamento com a gestão econômica, Haddad expressa preocupações sobre o cenário internacional e os desafios políticos em 2024, apontando para um ano potencialmente mais difícil do que 2023.
Coincidentemente, os possíveis sucessores do presidente Lula, ou mais interessados, são os mesmos envolvidos nas “trocas de farpas”: Haddad, ex-candidato a presidência em 2018 contra Bolsonaro, Lindbergh Farias, apontado como beneficiário de 4,5 milhões, no caso da Odebrecht em 2017 e impropriedade administrativa em 2020, e Gleisi Hoffmann.
O ministro disse ainda que a “economia tem muito de Fórmula 1”, enfatizando a imprevisibilidade do cenário econômico. Ele destaca que 2024 será um ano de mudanças e desafios inesperados. Durante 2023, fez diversos malabarismos sobre manter a meta de déficit zero, após pronunciamentos de Luís Inácio de que o Governo dificilmente a cumpriria.
Li com bastante atenção a entrevista @Haddad_Fernando ao @JornalOGlobo hoje. A resolução do PT não fala que “está tudo errado, tem que mudar tudo”.
Pelo contrário, o Governo teve muitos acertos na área econômica, mas o déficit zero não é um deles.@LulaOficial superou todas as…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) January 2, 2024
Enquanto isso, o deputado federal Lindbergh imputa o crédito da melhoria na economia ao Presidente da República, posicionando-se contra o Ministro da Fazenda, acrescentando que “teve muitos acertos na área econômica, mas o déficit zero não é um deles”.
“A política monetária conduzida pelo Campos Neto [presidente do Banco Central] é muito contracionista e ainda temos a mais alta taxa de juros do mundo. Nesse quadro, optar por uma ‘austeridade fiscal’ pode ter impacto forte no crescimento em 2024 com cortes no PAC, orçamento das universidades, institutos federais etc…e comprometer a popularidade e a governabilidade do Lula no Congresso” – Lindbergh Farias.
Haddad, negando suas ambições presidenciais, ironicamente declarou que “não há jogo ganho” e que “tudo será diferente” a partir de agora. Afirmou, ainda, que a sucessão de Lula em 2026 está encerrada, classificando como “ridículo” debater a eleição de 2030 com sete anos de antecedência.
Contradições internas no PT
O PT encontra-se em uma situação paradoxal, celebrando pequenos avanços econômicos sob seu governo, mas simultaneamente criticando a política econômica de Fernando Haddad, que pode ser visto como o princípio de uma ruptura na aliança entre eles.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, não esconde sua insatisfação com a entrevista de Haddad. Ela destaca que as críticas à política econômica não são uma oposição ao ministro, mas uma “tradição do partido” em promover debates e alertas.
“Acho extemporânea a discussão sobre a sucessão do presidente Lula. Nós precisamos fazer com que tudo dê certo porque é isso que vai garantir a sucessão, inclusive a reeleição de Lula na próxima eleição. Temos que entregar resultados ao povo brasileiro, foi para isso que a gente elegeu o presidente Lula e fizemos o enfrentamento que fizemos ao longo desse tempo”, afirmou a petista.
Em meio a este cenário tenso, as divergências internas ganham destaque, deixando incertezas sobre a coesão dentro do partido e os rumos da política econômica.
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