
Após a vitória separatista em Taiwan, Brasil e China fortalecem laços diplomáticos e comerciais
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reiterou nesta sexta-feira(19) o compromisso do Brasil com a política de “uma só China” em meio aos recentes acontecimentos em Taiwan. Em resposta à vitória de Lai Ching-te, o governo brasileiro destacou seu apoio histórico à unificação do território chinês, posicionando o Brasil contra Taiwan por tabela.
Declaração Oficial
Ao lado do chanceler chinês, Wang Yi, que se encontrava em visita oficial a Brasília, Vieira reforçou a posição do Governo Lula em estreitar laços com o socialismo chinês. Wang Yi expressou seu apreço pelo apoio do Brasil ao princípio da unificação, destacando a importância dessa relação bilateral.
“O Brasil mantém um apoio histórico, consistente e inequívoco ao princípio de uma só China, conforme registrado na declaração conjunta entre os presidentes Lula e Xi Jinping.“, Vieira afirmou em coletiva de imprensa.
Após a vitória do candidato separatista Lai Ching-te nas eleições presidenciais de Taiwan, a tensão entre as duas partes aumentou. Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, é conhecido por suas posições favoráveis à independência da ilha.
Relações diplomáticas e comerciais
Além do posicionamento político, Brasil e China anunciaram um acordo bilateral que estende a validade do visto entre os dois países para 10 anos. Essa medida, segundo o Governo, visa facilitar viagens, promover contatos diretos entre empresários e impulsionar o turismo.
“No encontro de hoje, o ministro Wang e eu trocamos visões sobre temas centrais da agenda internacional, como as crises na Ucrânia e na Faixa de Gaza e sobre como Brasil e China podem contribuir para a solução desses graves conflitos”, acrescentou o ministro brasileiro.
Durante o encontro, os chanceleres também discutiram questões internacionais, como as crises na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Mauro Vieira antecipou uma série de eventos políticos, acadêmicos e culturais entre Brasil e China em 2024, marcando o 50º aniversário das relações bilaterais.
Presença de Xi Jinping no Brasil
O ministro Mauro Vieira anunciou a participação do presidente chinês, Xi Jinping, na Cúpula de Líderes do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Essa presença destaca o posicionamento da parceria entre os dois países.
Lula chegou ainda a assinar em Abril do ano passado um termo reconhecendo a China como território único, mesmo com as manifestações de Taiwan e Hong Kong por independência.
“A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito” – afirma o acordo assinado em Pequim, em 14/04/2023.
O apoio do presidente brasileiro à política de “uma só China” reforça os laços diplomáticos e comerciais entre Brasil e país socialista. Enquanto tensões entre Estados Unidos e China aumenta, resta a toda a mídia aguardar os novos capítulos da novela complexa e as consequências diplomáticas a nível internacional dessa aliança para o Brasil no futuro.
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