
Aymeê expõe tráfico de órgãos e prostituição infantil em performance que gera repercussão nas redes sociais.
Por Natan Fernandes | GnewsUSA
Em uma apresentação no programa “Dom reality” em 15 de fevereiro, reacendeu o debate nas redes sociais acerca de alegadas práticas de exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó, no Pará, após a cantora paraense Aymeê tratar do assunto em sua música “Evangelho de fariseus”. Este programa é uma competição musical que reúne artistas do universo gospel, sendo transmitido no YouTube.
A letra da música de Aymeê faz alusão direta à Ilha de Marajó, com um verso que ressalta: “Enquanto isso, no Marajó / O João desapareceu / Uma criança morreu / Aguardando os ceifeiros da grande seara / A Amazônia arde / Uma criança perece / Os animais partem / Sobrecarregados pelo ego dos irmãos”.
“Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard. As crianças de 5 anos, quando veem um barco vindo de fora com turistas, Marajó é muito turístico, e as famílias lá são muito carentes. As criancinhas de 6 e 7 anos saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5”, Aymeê explicou aos jurados.
A cantora ainda criticou a suposta insensibilidade da população brasileira sobre os casos de exploração infantil que estariam acontecendo na ilha. “Jesus me fala que às vezes nós, cristãos, terceirizamos muito para o governo o que é de responsabilidade nossa, como cristãos”, finalizou.
O relato de Aymeê repercutiu nas redes sociais e diversos artistas impulsionaram campanhas sobre o caso. A ex-BBB, apresentadora e atriz Rafa Kalimann afirmou que o vídeo da apresentação “reacendeu” um tema “tão delicado e urgente”. “É nosso dever, enquanto pessoas públicas, tornar esse caso ainda mais conhecido pelas pessoas. É nosso dever como cidadãos apontar o dedo e dar voz a uma causa tão absurda que pessoas em condições precárias estão passando”, completou.

A ex-BBB Juliette também se manifestou por meio do Instagram: “Clamamos aos políticos, autoridades e órgãos públicos ações e respostas. Aymeê, sua voz ecoou. Nós estamos juntos. Justiça por Marajó”.

Essa não é a primeira vez que denúncias sobre suposta exploração infantil na Ilha de Marajó são feitas. Em 2020, durante um culto em Goiânia (GO), a então ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, chegou a afirmar que procurava soluções para relatos de mutilação e tráfico de crianças para exploração sexual na região. Na ocasião, Damares ressaltou que crianças estavam sendo traficadas e tinham seus dentes “arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, e disse que possuía imagens que comprovavam a denúncia.
Após a repercussão das falas da então ministra, o MPF (Ministério Público Federal) no Pará pediu para que Damares fornecesse informações detalhadas sobre o caso. Ela afirmou, porém, que as denúncias feitas no culto eram embasadas em relatos que ouviu “nas ruas” e que não conseguiria apresentar qualquer prova.
O caso reacende debates sobre a responsabilidade de líderes públicos e sociedade na proteção das crianças. Aymeê e outros artistas, ao amplificar essa discussão, buscam não apenas conscientizar, mas também mobilizar ações efetivas para combater a exploração infantil na Ilha de Marajó.
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