Falta de acordo entre Mercosul e União Europeia pode complicar para o Brasil; entenda

­Negociações em risco geram preocupações e incertezas sobre o futuro do tratado

Por Carla Pereira|GNEWSUSA

As negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, iniciadas em 1999, enfrentam obstáculos que podem afetar o Brasil. Na última quarta-feira (07), o vice-presidente executivo da União Europeia, Maros Sefcovic, afirmou que as condições necessárias para a conclusão do tratado não foram atendidas. Além disso, em dezembro, o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou descontentamento, alegando que o acordo, modificado para agradar à França, não seria benéfico. A complexidade do bloco europeu, composto por 27 países, e a falta de um cronograma definido para a implementação das medidas têm contribuído para a demora no processo, levantando preocupações sobre a política externa brasileira.

Incerteza sobre o futuro do acordo

A falta de concretização do acordo seria prejudicial, evidenciando a incapacidade dos blocos em alcançar um consenso e representando um revés para o Brasil. Na França, agricultores têm protestado contra o acordo, alegando prejuízos ao setor devido à importação mais barata de produtos do Mercosul, que não precisam atender aos rigorosos padrões ambientais europeus. Esse movimento se estende a outros países europeus, como Itália, Grécia e Bélgica, onde os agricultores resistem ao acordo para manter a preferência por produtos europeus.

Posições divergentes dentro da União Europeia

Enquanto a França se opõe ao acordo, a Alemanha, beneficiada na indústria, apoia a união, visando um maior acesso ao mercado do Mercosul. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também demonstra interesse na conclusão do acordo, buscando elevar o status internacional do bloco europeu.

Benefícios e desvantagens para o Brasil

Em relação aos benefícios e desvantagens para o Brasil, a concretização do acordo representaria um sucesso político, fortalecendo a posição do Mercosul em um contexto de incertezas. A implementação do acordo poderia resultar em um aumento de até US$ 3 bilhões nas exportações brasileiras de produtos industrializados nos primeiros quatro anos, com impacto positivo em setores como soja, arroz, cana-de-açúcar e carne bovina. No entanto, a ausência de cláusulas ambientais levanta preocupações sobre os impactos ambientais decorrentes do avanço do agronegócio brasileiro. Enquanto grandes produtores se beneficiariam, sindicatos nacionais, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), temem a competição desigual e a perda de empregos industriais, alimentando receios de um cenário semelhante a um novo colonialismo, onde a América Latina permaneceria como exportadora de commodities enquanto a Europa mantém seu foco na industrialização.

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