
Após ser detido na sexta-feira (2), Diego Dirísio é capturado em imagem divulgada pela Interpol.
Traficante argentino é capturado na Argentina após investigação que revela esquema de bilhões de reais em armas destinadas a organizações criminosas brasileiras.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A Interpol anunciou ontem a prisão de Diego Hernán Dirisio, um dos traficantes de armas mais procurados na América Latina, que fornecia armamentos para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). A operação, que culminou com a captura do criminoso argentino e sua companheira Julieta Nardi, teve desdobramentos desde a Bahia até a cidade de Córdoba, na Argentina.
Investigação Internacional
A investigação teve início na Bahia, onde as autoridades locais rastrearam uma rede internacional de tráfico de armas que abastecia grupos criminosos brasileiros. Após a prisão, a Interpol comunicou o sucesso da operação à Polícia Federal baiana, que confirmou a importância do traficante na mira das autoridades brasileiras.
Fuga e Prisão em Córdoba
Dirisio e sua companheira haviam fugido do Paraguai em 2023, suspeitando da perseguição das autoridades brasileiras. O casal se estabeleceu em Córdoba, onde foram capturados em Cerro Las Rosas, após uma operação conjunta da polícia argentina e da Interpol.
Bilionário Esquema de Contrabando
O megacontrabandista importou mais de R$ 1 bilhão em armas, totalizando 230 milhões de dólares. A Interpol estima que mais de 43 mil pistolas e fuzis foram adquiridos da Turquia, Sérvia, República Checa e Eslovênia. O esquema envolvia a empresa Internactional Auto Supplly S.A, conforme relatado pelo jornal argentino La Nación.
Suborno a Militares e Desvio de Armas
Dirisio é suspeito de subornar militares paraguaios, especialmente da Diretoria de Material de Guerra, responsável pelo controle de armas. As armas, após terem seus números de origem alterados em Ciudad del Este, na fronteira com o Paraná, eram desviadas para o PCC e o Comando Vermelho no Brasil.
Influência Política e Conexões no Paraguai
Além dos subornos, o traficante aproveitava conexões políticas, mantendo supostos vínculos com a cípula das Forças Armadas e até mesmo com o ex-vice-presidente Hugo Velázquez do Paraguai. A presença crescente do PCC no Paraguai, ligada à hidrovia Paraná-Paraguai, tornou o país vizinho um centro estratégico para as atividades criminosas.
A Justiça argentina agora decidirá sobre a possível extradição de Dirisio para o Brasil, enquanto as autoridades continuam a desmantelar os intricados laços que possibilitaram esse contrabando maciço de armas na região.
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