Onze detidos após atentado que deixou mais de 130 mortos e centenas de feridos; autoridades russas acusam “terrorismo”.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
Onze indivíduos foram detidos após o devastador ataque ao Crocus City Hall, ocorrido na noite de sexta-feira (22), que resultou em pelo menos 137 mortes e cerca de 150 feridos. Os quatro principais suspeitos, Dalerdzhon Mirzoyev, Saidakrami Rachabalizoda, Shamidin Faridouni e Muhammad Fayzov, todos de origem tadjique, tiveram suas prisões preventivas decretadas após comparecerem a um tribunal em Moscou, no domingo (24), exibindo visíveis sinais de tortura.
De acordo com o Tribunal de Basmanny, em Moscou, os acusados enfrentam acusações de “terrorismo” e podem enfrentar uma possível condenação à prisão perpétua. Três dos suspeitos já se declararam culpados. A prisão preventiva está prevista para durar até 22 de maio, podendo ser prorrogada até a data do julgamento, ainda não definida.
Imagens chocantes divulgadas pelo tribunal mostram os suspeitos sendo levados algemados pelos policiais para a audiência. Um dos acusados chegou ao tribunal em uma maca, praticamente nu e em uma cadeira de rodas, com os olhos fechados, indicando sinais de tortura e agressão. Os quatro detidos exibiam ferimentos, incluindo curativos e marcas de sangue, corroborando os relatos de tortura.
As autoridades russas haviam inicialmente divulgado que os suspeitos eram “cidadãos estrangeiros”, sem especificar sua nacionalidade. No entanto, posteriormente foi revelado que todos eram do Tajiquistão, uma ex-república soviética de maioria muçulmana na Ásia Central.
Enquanto isso, o Kremlin recusou-se a comentar a reivindicação de responsabilidade pelo ataque feita pelo grupo Estado Islâmico. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, afirmou que o presidente russo não planejava visitar o local do ataque no momento, enquanto a investigação estava em andamento.
“A investigação está em andamento e a administração presidencial estaria errada ao comentar o andamento da investigação. Não faremos isso”, disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov.
Vladimir Putin expressou suas condolências à nação russa em um discurso no sábado (23), lamentando profundamente as perdas causadas pelo atentado. O presidente chegou a responsabilizar a Ucrânia pelo incidente, afirmando que os autores buscaram refúgio no país vizinho e possuíam contatos no “lado ucraniano” para atravessar a fronteira. Kiev negou veementemente qualquer envolvimento no ataque, que Putin também atribuiu ao “terrorismo internacional”.
“Expresso minhas profundas e sinceras condolências a todos aqueles que perderam entes queridos”, disse Putin em um discurso à nação no sábado (23). “Todo o país e todo o nosso povo choram com vocês.”
O ataque de sexta-feira foi o mais letal em solo russo desde o cerco à escola de Beslan em 2004, quando militantes islâmicos tomaram mais de 1.000 pessoas como reféns, resultando na morte de mais de 330 pessoas, incluindo centenas de crianças.
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