Extrema direita é contra declarações do presidente de Portugal sobre reparação colonial

Presidente enfrenta resistência da Extrema Direita enquanto defende compensação às ex-colônias.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Em meio a um cenário político cada vez mais tenso, Portugal se vê mergulhado em um profundo debate sobre a questão da reparação colonial. Tudo começou com as polêmicas declarações do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu veementemente a necessidade de o país compensar as ex-colônias pelos inúmeros crimes cometidos durante o período colonial, incluindo a escravidão e a exploração de recursos naturais.

As palavras do presidente português não passaram despercebidas, especialmente pelo partido de extrema direita Chega, que rapidamente se posicionou contra a proposta, acusando Rebelo de Sousa de traição à nação. Para o líder do Chega, André Ventura, o orgulho pelo passado colonialista e escravagista de Portugal deve prevalecer, rejeitando qualquer tipo de compensação financeira às antigas colônias.

Em uma nota oficial, o partido argumentou que a proposta de reparação não considera de forma imparcial a complexidade das relações históricas entre Portugal e suas ex-colônias, além de ignorar os esforços de desenvolvimento já realizados pelo país. O debate ganhou novos contornos quando o presidente Rebelo de Sousa reafirmou sua posição durante a inauguração do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche.

Diante das críticas e ataques vindos da direita radical, o presidente português enfatizou a obrigação do país em liderar o processo de reparação, sob o risco de perder a capacidade de diálogo e entendimento com as ex-colônias. Segundo ele, é fundamental não ignorar os eventos históricos, mas sim encará-los de frente e assumir as responsabilidades, incluindo a questão da reparação aos países colonizados.

Entretanto, Rebelo de Sousa ressaltou que as soluções para a reparação não podem ser homogêneas e devem ser encontradas de acordo com as circunstâncias de cada ex-colônia. Ele destacou também a importância de considerar os portugueses afetados pelo processo de descolonização, que tiveram que deixar para trás seus bens e suas vidas durante a independência das colônias.

O debate sobre a reparação colonial continua a dividir opiniões em Portugal, provocando confrontos políticos e levantando questões não apenas históricas, mas também econômicas e sociais. Enquanto alguns defendem a necessidade de enfrentar o passado e buscar formas de compensação, outros veem a proposta como impraticável e insultuosa para a identidade nacional portuguesa.

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