
Empresária delata esquema de corrupção envolvendo Rui Costa na compra de respiradores
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), está envolvido em uma polêmica sobre a compra de respiradores durante o pico da pandemia na Bahia. Acusações de fraude, propina e negociações suspeitas surgem de investigações e delações premiadas, levantando questões sobre a integridade do processo de compra e o comportamento dos envolvidos.
O Caso: Um contrato suspeito
O contrato em questão, no valor de R$ 48 milhões, destinava-se à compra de respiradores para ajudar no combate à COVID-19 no estado da Bahia. No entanto, segundo informações reveladas pela Polícia Federal (PF), nenhum dos respiradores foi entregue, apesar do pagamento efetuado pelo governo estadual à empresa fornecedora, a Hempcare.
A investigação teve como ponto de partida uma delação premiada feita por Cristiana Prestes Taddeo, empresária responsável pelo negócio. Taddeo devolveu R$ 10 milhões aos cofres públicos e apresentou evidências de transferências bancárias suspeitas relacionadas aos intermediários do contrato. Além disso, um ex-secretário de governo da Bahia afirmou em depoimento à PF que o contrato foi fechado por ordem direta de Rui Costa.
As Revelações: Delação premiada e suspeitas de propina
Na delação, Taddeo expõe uma série de irregularidades no processo de contratação. Ela alega que o contrato foi redigido de maneira desfavorável ao governo, incluindo o pagamento adiantado, e que a empresa fornecedora não possuía a documentação adequada para realizar a operação. Taddeo também afirma ter recebido informações privilegiadas para elaborar sua proposta de preço ao governo.
A empresária detalha ainda que a contratação da Hempcare foi intermediada por um empresário baiano que se apresentou como amigo próximo de Rui Costa e da então primeira-dama, Aline Peixoto. Segundo ela, esse intermediário teria exigido o pagamento de comissões expressivas pelo negócio, totalizando R$ 11 milhões.
Investigações em andamento
As autoridades competentes estão investigando se as “comissões” mencionadas na delação poderiam ser propinas destinadas a agentes públicos. Em abril de 2022, uma operação de busca e apreensão foi realizada para aprofundar as investigações sobre o caso. Um dos alvos dessa operação foi Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil, responsável pelas negociações com a empresa.
A Hempcare, empresa conhecida por distribuir medicamentos à base de canabidiol, não possuía qualificação nem experiência prévia na importação de respiradores pulmonares, conforme admitiu sua proprietária.
Posição de Rui Costa
Rui Costa, por sua vez, nega veementemente as acusações. Em comunicado oficial, ele ressalta que nunca participou de conversas ou tratativas com intermediários sobre a compra de equipamentos de saúde. O ex-governador alega que o pagamento antecipado era uma prática comum e vigente no mercado durante o início da pandemia.
Conclusão: Aguardando desdobramentos
O escândalo envolvendo o Ministro-Chefe da Casa Civil lança uma sombra sobre a integridade do processo de compra de respiradores na Bahia durante a pandemia. Enquanto as investigações prosseguem, a sociedade aguarda por desdobramentos e possíveis punições relacionadas ao desvio de recursos públicos em um momento crucial para a saúde pública do estado.
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