Em um cenário marcado pelo aumento do fluxo migratório na América Latina, a perigosa selva de Darién, entre Colômbia e Panamá, tem se tornado rota para um número crescente de migrantes. Em 2023, mais de meio milhão de pessoas arriscaram suas vidas na travessia, gerando um lucro exorbitante de US$ 65 milhões para os narcotraficantes, conforme relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) divulgado na ultima quarta-feira (10/3).
A procura pela rota de Darién é atribuída ao bloqueio de opções mais seguras de chegada aos EUA e à piora nas condições de vida em países como Venezuela, Equador e Haiti, principais origens dos migrantes. No entanto, os que se aventuram na selva enfrentam violências, incluindo agressões sexuais, muitas das quais não são investigadas. Desde 2021, mais de 1.500 estupros foram relatados, sem quase nenhuma punição para os agressores.
Em 2023, cerca de 120 mil menores de idade cruzaram a inóspita selva de Darién, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, segundo o governo panamenho. Foto: Reprodução/ JUAN CARLOS TOMASIMSF.
A falta de segurança e coordenação entre os governos dos países envolvidos agrava a situação. Os narcotraficantes controlam o fluxo migratório na fronteira colombiana, cobrando valores exorbitantes e lucrando com o desespero dos viajantes.
A HRW destaca a necessidade urgente de uma coordenação regional para lidar com a crise migratória na América Latina. Restringir o trabalho de organizações humanitárias e violar os direitos dos migrantes só piora a situação.
Os números alarmantes evidenciam a necessidade de políticas migratórias mais humanitárias e de cooperação entre os países afetados e os EUA. Em um cenário de crise humanitária, é essencial estabelecer mecanismos de proteção e integração para os migrantes, garantindo o respeito aos direitos humanos e a segurança de todos os envolvidos.
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