
Pequenos produtores preveem décadas de recuperação e solicitam linha de Crédito Especial do Governo Federal.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Cerca de 73% dos respondentes da pesquisa são pequenos produtores, dos quais 63,4% participam do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), enquanto os demais são agricultores familiares.
Em coletiva de imprensa, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou que o agronegócio gaúcho já estava fragilizado devido às secas que afetaram o último ciclo de produção. “Dentro de uma situação de calamidade, o Rio Grande do Sul precisa de uma solução excepcional por parte do governo federal”, afirmou Pereira.
A expectativa é alta para a visita do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao estado nesta terça-feira (28/5). Pereira espera que sejam anunciadas medidas para minimizar os impactos no setor agropecuário. Entre as demandas da Farsul está a criação de uma nova linha de crédito com prazo de 15 anos, dois anos de carência e amortização de 3% ao ano, para ajudar os produtores a quitar suas dívidas.
Segundo o levantamento do S.O.S Agro RS, 96,5% dos produtores precisarão de crédito para normalizar suas operações. O cenário a curto prazo também é preocupante: 60,4% dos produtores temem pela sobrevivência de seus negócios nos próximos dois meses, enquanto 19% preveem uma redução significativa no desempenho.
Graziele de Camargo, produtora e liderança do S.O.S Agro RS, afirmou que os produtores precisarão de pelo menos 10 anos para se recuperar completamente das perdas, que incluem colheitas, maquinário, infraestrutura e solo danificado. “Precisamos de um fôlego extra para nos restabelecer”, disse Camargo.
Em resposta à crise, o governo federal abriu uma linha de crédito especial de R$ 600 milhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Esta linha de crédito oferece pagamento em até 120 meses, com um desconto de 30% e três anos de carência. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, estima que cerca de 140 mil produtores foram duramente afetados pelas chuvas no estado.
Nesta segunda-feira (27/5), o governo ampliou o montante destinado à importação de arroz para R$ 7,2 bilhões, visando garantir o abastecimento nacional, já que o RS é responsável por 70% da produção de arroz do país. No entanto, a Farsul criticou a medida, com Gedeão Pereira argumentando que a demanda poderia ser atendida sem a necessidade de importação, considerando que a maior parte da colheita do estado está preservada e que os outros 30% da produção nacional vêm de regiões não atingidas pelo desastre.
Pereira e o economista Antônio da Luz avaliaram que os R$ 7,2 bilhões liberados pelo governo seriam mais que o dobro do necessário para cobrir os prejuízos do agronegócio gaúcho. Pereira alertou que essa medida pode afetar a participação do agronegócio nacional na próxima safra e dificultar a recuperação dos produtores do RS.
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