
EUA e UE também aumentam medidas de retaliação, intensificando as tensões comerciais globais
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A China anunciou que está pronta para impor tarifas de até 25% sobre carros importados, escalando as tensões comerciais com os Estados Unidos e a União Europeia. Esta medida vem como resposta à investigação da UE sobre os subsídios chineses para veículos elétricos (VEs), cujo resultado deve ser divulgado no início de junho. A possível imposição de tarifas por parte da UE poderá entrar em vigor um mês depois.
O anúncio de Pequim surge em um momento crítico, com o comércio global já abalado por diversas disputas. Em 2023, a China importou 250.000 carros dos modelos que podem ser afetados por essas novas tarifas, que, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, podem chegar a 25%. Atualmente, a tarifa sobre as importações de carros de passeio da Europa é de 15%, conforme informou o Ministério do Comércio chinês.
As montadoras mais impactadas por essa possível retaliação incluem Toyota, Mercedes-Benz e BMW, destacou Daniel Kollar, chefe da prática automotiva e de mobilidade da consultoria Intralink à Bloomberg. Caso a China decida aplicar as tarifas a todos os países e não apenas aos EUA e UE, marcas japonesas, como a Lexus da Toyota, também sofreriam.
Além dos automóveis, a China deu indícios de que poderia ampliar as tarifas para incluir vinho e laticínios europeus e iniciou uma investigação sobre as exportações de conhaque da Europa.
No contexto de um crescente foco global nas exportações da China, especialmente no setor de veículos elétricos, o país continua a liderar a produção mundial de VEs e domina a maior parte da cadeia de suprimentos de baterias. Em 2023, os fabricantes chineses exportaram 1,55 milhão de VEs, com cerca de 40% destinados à Europa.
Complicando ainda mais o cenário, o governo Biden, no início de maio, anunciou tarifas de 100% sobre os carros elétricos chineses, aumentando o receio de uma guerra comercial de grande escala. A União Europeia também está investigando os subsídios de Pequim em diversos setores, levando empresas chinesas a se retirarem de licitações de ferrovias e energia na Europa.
A visita do presidente Xi Jinping à Europa em maio não conseguiu aliviar as tensões, que continuam a se intensificar à medida que ambos os blocos comerciais avançam com suas investigações e medidas retaliatórias.
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