Lula é recebido com vaias na marcha dos prefeitos

Presença do presidente gera reações negativas e debate intenso entre líderes municipais

Por Gilvania Alves `GNEWSUSA 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com vaias durante a Marcha dos Prefeitos, realizada nesta terça-feira em Brasília. A presença de Lula no evento, que reúne prefeitos e vereadores de todo o país, foi marcada por reações divergentes. Ao subir ao palco, o presidente enfrentou uma plateia dividida: enquanto alguns presentes expressaram descontentamento, outros tentaram abafar as vaias com gritos de apoio.

Durante seu discurso, Lula pediu urgência na aprovação do projeto de lei que trata da desoneração dos municípios. O Congresso tem 60 dias para analisar a proposta, após a decisão do ministro do STF, Cristiano Zanin, que suspendeu a reoneração a pedido do governo. “O que é mais importante, companheiro Jaques Wagner, é que nós temos 60 dias. Nós temos que trabalhar com muita urgência para que os prefeitos não sejam pegos de surpresa”, afirmou Lula.

O evento ocorre em meio à discussão sobre a reoneração dos municípios. Atualmente, os municípios pagam uma alíquota reduzida de 8% sobre a folha de pagamento dos funcionários municipais, uma redução de 20% implementada anteriormente. A proposta atual prevê que a reoneração aconteça de forma escalonada a partir de 2025, similar ao que deve ocorrer com os 17 setores da economia. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, será o relator dessa proposta.

Além de Lula, diversas autoridades participaram da abertura da Marcha dos Prefeitos, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkosk, defendeu Lula em seu discurso de abertura, pedindo respeito às autoridades e a ausência de vaias. “Temos que primar pelo respeito às nossas autoridades. Não estamos aqui para disputa de direita, de centro e de esquerda. Aqui estão os municípios do Brasil representados pelos prefeitos e prefeitas. Peço encarecidamente ao plenário para que aqui não haja vaias”, disse Ziulkosk.

Em seu pronunciamento, Lula evitou mencionar as vaias, destacando a necessidade de “civilidade” e “harmonia” entre os entes públicos. “É assim que esse país vai ser daqui pra frente, republicano, respeitoso, com harmonia entre os entes federados. Não permitam que as eleições façam com que vocês percam a civilidade. Esse país precisa de harmonia, civilidade e compreensão. (…) O carinho com que vocês nos trataram, a mim, o Pacheco e o Lira, significa que esse país voltou à civilidade de sempre”, declarou o presidente.

A recepção contrastante a Lula na Marcha dos Prefeitos reflete a complexidade do atual cenário político brasileiro, onde divergências ideológicas e posicionamentos políticos opostos continuam a influenciar as interações e percepções públicas.

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