Organização Mundial de Saúde identifica 44 casos da doença no condado de Tana River, enquanto país enfrenta consequências das chuvas intensas.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
Nesta quarta-feira (8), as Nações Unidas manifestaram sua apreensão diante dos numerosos casos de cólera no Quênia, país recentemente atingido por fortes chuvas e inundações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foram confirmados 44 casos da doença no condado de Tana River, uma das regiões do leste queniano mais impactadas pelas enchentes.
O coordenador residente da ONU no Quênia, Stephen Jackson, em entrevista coletiva, expressou confiança na capacidade do governo e dos parceiros nacionais e internacionais em conter a propagação da doença. “Embora já tenhamos conseguido conter a cólera no passado, essa situação é uma preocupação significativa”, afirmou.
A cólera é uma infecção intestinal aguda transmitida por água e alimentos contaminados, caracterizada por sintomas como diarreia intensa, vômitos e cãibras abdominais.
Além dos casos de cólera, as inundações no Quênia já causaram 257 mortes, conforme relatório oficial divulgado nesta quarta-feira. Esses eventos são parte de um cenário mais amplo de desastres naturais na região leste da África, onde mais de 400 pessoas perderam a vida durante a temporada de chuvas, intensificada pelo fenômeno climático El Niño, que se iniciou em meados de 2023.
Rana Jaber, diretora regional para o leste e o Chifre da África da Organização Mundial para as Migrações (OMM), destacou as consequências das inundações, que expõem as realidades cruéis da mudança climática e resultam em perdas de vidas e deslocamento de comunidades. O El Niño já havia provocado danos semelhantes na região em 2023, quando fortes chuvas no Quênia, Somália e Etiópia ocasionaram a morte de mais de 300 pessoas, durante a recuperação da região de uma das piores secas das últimas quatro décadas.
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