Polícia Civil investiga adolescente por desvio de doações através de contas falsas destinadas ao Rio Grande do Sul

Policiais apreendem equipamentos Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão em caso de golpe envolvendo doações ao RS. Foto: Divulgação/PCRS.
 Jovem de Balneário Camboriú usava campanhas falsas na internet para arrecadar dinheiro; Polícia Civil apreendeu equipamentos eletrônicos durante operação.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Um adolescente de 16 anos, residente de Balneário Camboriú (SC), está sob investigação por suspeita de desviar dinheiro de pessoas que pretendiam ajudar a população do Rio Grande do Sul, estado severamente afetado por inundações desde o início do mês.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que o jovem utilizava a internet para “aplicar golpes de forma sistemática”, criando falsas campanhas de arrecadação de doações. No entanto, o dinheiro era depositado em contas ligadas ao adolescente.

Na ultima sexta-feira (24/5), a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma cobertura em Balneário Camboriú. Durante a operação, foram apreendidos computadores, celulares e outros equipamentos eletrônicos. O adolescente é suspeito de estelionato e lavagem de dinheiro. Os investigadores revelaram que o adolescente afirma em suas redes sociais ter alcançado seu primeiro milhão aos 15 anos de idade e é sócio de duas empresas.

Outros mandados foram cumpridos na ultima sexta-feira(24/5), todos relacionados a golpes de doações no Rio Grande do Sul. Essas ações fazem parte de uma força-tarefa da Polícia Civil chamada Cyber, que visa combater fraudes relacionadas à calamidade pública. A operação de sexta-feira foi denominada Operação Dilúvio Moral.

“Identificamos diversas modalidades de golpes desde o início do mês, alguns mais simples e outros mais elaborados, como o desse adolescente”, afirmou o delegado Eibert Moreira Neto nesta segunda-feira (27/5).

Segundo o delegado, o adolescente criou um site que simulava um vínculo com o governo do Rio Grande do Sul. Este site redirecionava os usuários para outra página falsa, imitando um conhecido site de vaquinha virtual, que divulgava uma suposta campanha de arrecadação de doações.

Para conferir uma aparência de legalidade, o layout da página foi adulterado para mostrar que a “campanha de arrecadação” já havia acumulado mais de R$ 2,7 milhões, um valor fictício.

Na página simulada, era divulgado um QR Code, gerado por uma fintech de checkout, que permitia o pagamento via PIX. A contribuição era então redirecionada para um serviço de pagamentos, que repassava o valor para uma conta indicada pelo suspeito, de acordo com a investigação.

Ainda segundo a apuração, o valor era transferido para uma empresa de treinamentos e serviços da qual o adolescente é sócio.

“O valor era captado pelo golpista com aparência de licitude, uma vez que simulava a venda de um produto ou serviço oriundo da sua empresa”, explicou o delegado.

Até agora, a força-tarefa Cyber analisou mais de 60 casos, resultando na retirada de 71 páginas do ar e na instauração de 29 inquéritos policiais, com diligências em andamento. A reportagem não conseguiu contato com o adolescente, que ainda não tem advogado atuando formalmente no caso. As investigações continuam em andamento.

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