Tragédia aérea abala a república Islâmica e levanta questões sobre sucessão
Por Carla Pereira/GNEWSUSA
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu aos 63 anos após a queda de um helicóptero na província de Varzaqan, no noroeste do país, no dia 19 de maio de 2024. A morte do líder ultraconservador ocorre em um momento delicado para o Irã, tanto interna quanto externamente, e abre um período de incertezas políticas no país.
Raisi estava retornando de uma visita oficial ao Azerbaijão, onde participou da inauguração de uma barragem junto ao presidente Ilham Aliyev. A aeronave perdeu contato com a base pouco depois de decolar. Equipes de resgate, com a ajuda de diversos países e da União Europeia, foram mobilizadas para localizar os destroços e os corpos dos ocupantes.
Ebrahim Raisi assumiu a presidência do Irã em 2021, após uma vitória eleitoral marcada pela baixa participação e denúncias de irregularidades. Sua carreira foi moldada no sistema judicial iraniano, onde ocupou posições de destaque, incluindo a de chefe do Judiciário. Ele é notoriamente lembrado por seu papel nas execuções em massa de presos políticos em 1988, episódio pelo qual foi sancionado por diversos países ocidentais.
Durante seu mandato, Raisi implementou políticas rígidas e repressivas, reforçando as leis morais islâmicas e suprimindo duramente protestos antigovernamentais, especialmente após a morte de Mahsa Amini sob custódia policial. Internacionalmente, ele manteve uma postura firme nas negociações nucleares e expandiu o programa de enriquecimento de urânio do país.
A notícia da morte de Raisi gerou comoção e manifestações de pesar em várias nações. Líderes de países como Turquia, Rússia e Armênia expressaram suas condolências, enquanto no Irã, o Supremo Líder Ayatollah Ali Khamenei pediu orações e assegurou à população que “os assuntos do país não serão interrompidos”.
Com a morte do presidente, de acordo com a constituição iraniana, o primeiro vice-presidente Mohammad Mokhber assume temporariamente o cargo até que novas eleições sejam realizadas dentro de 50 dias. Observadores internacionais estão atentos para ver quem emergirá como o próximo líder do Irã e como isso afetará a dinâmica política regional e global.
Esta tragédia coloca o Irã em um novo patamar de desafios, tanto na manutenção da estabilidade interna quanto nas relações internacionais, num momento em que o país enfrenta sanções econômicas severas e tensões geopolíticas.
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