
Foto: Maurício Tonetto/Secom
Governador destaca impactos eleitorais na recuperação pós-enchentes
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), alertou sobre os potenciais prejuízos que o calendário eleitoral pode trazer para a reconstrução do Estado, devastado por enchentes recentes. Em uma entrevista, Leite sugeriu que a decisão sobre o adiamento das eleições municipais deve ser tomada em breve para evitar complicações adicionais no processo de recuperação.
“Junho já é um momento pré-eleitoral e, em julho, se estabelecem as convenções. É um debate pertinente. O Estado estará em reconstrução, ainda em momentos incipientes, em que trocas de governos municipais podem atrapalhar esse processo. O próprio debate eleitoral pode acabar dificultando a recuperação”, disse o governador.
Leite também abordou a falha do sistema antienchente de Porto Alegre, destacando a necessidade de investigar se os problemas foram decorrentes de manutenção inadequada ou falhas no projeto original. “De fato, é a 1ª vez que ele é posto à prova nos seus pouco mais de 60 anos em uma crise de magnitude maior do que a enchente de 1941”, afirmou.
Com relação ao retorno à normalidade, o governador indicou que ainda não é possível determinar um prazo preciso, especialmente com as previsões de mais chuvas. “Serão necessários meses para a realidade voltar a algo ‘próximo do normal'”, estimou Leite.
Detalhes da Entrevista
Sobre o valor estimado para a reconstrução do Estado:
“Certamente será bem superior. Esse foi um 1º esforço que a equipe fez de levantamento de danos em estruturas públicas, pontes, hospitais e escolas. Quando agrega os custos das moradias, dos impactos nas empresas, das perdas econômicas, vai muito além dos R$ 19 bilhões. Depois que as águas baixarem, teremos o valor.”
Sobre as acusações de demora para atender aos alertas:
“Assim que tomei conhecimento do volume de chuvas no dia 29, fizemos os alertas. A Defesa Civil já tinha promovido o alerta às defesas civis municipais e os prefeitos foram avisados.”
Sobre a indicação de Paulo Pimenta ao cargo de ministro extraordinário no RS e a polarização política:
“O presidente tem a legitimidade para poder apresentar o nome que ele entenda pertinente. Da minha parte, busquei um perfil técnico para a minha secretaria de reconstrução recém-criada. Tenho muitas diferenças ideológicas e programáticas com o ministro Pimenta e com o presidente Lula, mas não vou deixar que isso supere a necessidade de agirmos em coordenação para atender uma população que está sofrendo muito. A politização não é bem-vinda. A gente já vive o clima de polarização anterior a esta crise. Temos que buscar união.”
A fala do governador reflete uma preocupação com a estabilidade e eficácia da recuperação do Rio Grande do Sul, sugerindo que a antecipação do debate eleitoral poderia comprometer os esforços de reconstrução após um dos desastres naturais mais severos da história recente do Estado.
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