Após 54 dias de greve e cinco rodadas de negociações, a Proifes, Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, assinou, nesta segunda-feira (27/5), a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo federal. O aumento aprovado é de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026.
No entanto, o Andes, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, não aceitou os termos apresentados e não participou da assinatura do acordo. Os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025 e de 5,16% em 2026, mas o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos não aceitou essas exigências.
A decisão da Proifes de aceitar as condições do governo gerou tensões entre os sindicatos, culminando em uma reunião conturbada em Brasília, onde houve troca de xingamentos e acusações. O presidente do Andes, Gustavo Seferian, chamou a assinatura do acordo de “golpe”, enquanto o presidente da Proifes, Wellington Duarte, defendeu o trato com o Ministério da Gestão.
“Durante cinco, seis anos, a educação só viveu retrocessos. Enquanto a arrecadação batia recordes e crescia, foram reduzindo o orçamento da educação. Natural que eles [docentes] queiram recuperar todos os prejuízos, natural também o governo não conseguir resolver tudo de uma única vez”, disse Dirceu.
Foto: Pedro Ladeira.
Com a recusa do Andes, a greve dos professores pode continuar, e o sindicato busca agora convencer os docentes a permanecerem paralisados. A estratégia é apresentar outras exigências, como a recomposição do orçamento das universidades federais, que vem sofrendo quedas nos últimos anos, levando algumas instituições, como a Unifesp e a UFRJ, à calamidade financeira.
Diante da crise com os sindicalistas, aliados de Lula tentam blindar o ex-presidente, atribuindo os problemas à gestão dos governos anteriores. Membros da comissão de Educação da Câmara, destacaram a necessidade de diálogo e de luta para garantir conquistas para os servidores da educação.
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