Tendas fornecidas pela Proteção Civil abrigam mais de 36 famílias deslocadas após o terremoto em Pozzuoli, Itália. 21/05/2024 (Crédito: Marco Cantile/LightRocket/Getty Images)
Tremor de magnitude 4.4 atinge cidades italianas, gerando preocupações sobre a possível erupção do gigantesco vulcão
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Um terremoto de magnitude 4.4 na escala Richter sacudiu as cidades italianas de Pozzuoli e Nápoles na segunda-feira, 20, desencadeando alarme após uma série de atividades sísmicas no supervulcão Campi Flegrei. Este é o maior terremoto registrado na região em quatro décadas, com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) relatando um total de 149 tremores no país.
De acordo com relatos da imprensa local, prédios foram danificados e destroços caíram nas ruas, levando os moradores a deixarem suas casas em busca de segurança em seus veículos. Algumas escolas foram fechadas no dia seguinte, com a preocupação sobre a segurança dos edifícios. Estima-se que cerca de 360 mil habitantes residam em áreas de risco em relação ao vulcão.
O Campi Flegrei, com 11 quilômetros de altura, é mais alto e ativo do que o Vesúvio, famoso por destruir Pompéia em 79 d.C. A atividade sísmica na região tem aumentado nos últimos anos devido ao enfraquecimento da caldeira do vulcão e ao aumento da pressão interna. Isso resultou em um aumento na frequência e intensidade dos terremotos nas áreas circundantes.
Apesar dos problemas causados, o vulcão permanece inativo há mais de sete décadas, principalmente devido ao fenômeno conhecido como “bradissismo”, que envolve ciclos de elevação e rebaixamento gradual do solo. No entanto, a possibilidade de uma erupção semelhante à de 1538 ainda preocupa os especialistas.
Carlo Doglioni, chefe do INGV, destacou dois cenários possíveis para a evolução da situação: “O melhor cenário é que a crise de bradissismo em curso termine como aconteceu em 1983-84; o pior é uma erupção semelhante à de 1538”. Ele ressaltou que estão monitorando a situação de perto, mas que ainda não podem prever seu desdobramento.
O governo italiano tem um plano de contingência para uma possível retirada em massa dos habitantes das áreas próximas ao Campi Flegrei. No entanto, o ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, alertou que esse plano seria acionado somente em caso de “extrema necessidade”, evidenciando a complexidade e a seriedade da situação.
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