
Fátima Boustani e seus filhos sobreviveram a ataque que deixou sua residência em ruínas.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
A brasileira Fátima Boustani, de 30 anos, teve sua casa completamente destruída durante um bombardeio no Líbano, no dia 1º de junho. O ataque, que ocorreu na cidade de Seddiqine, no sul do país, deixou Fátima e seus dois filhos gravemente feridos. A residência da família foi reduzida a escombros após a explosão, e Fátima ainda se recupera dos ferimentos.
Detalhes do Ataque
Fátima estava cozinhando quando a explosão ocorreu, provocada por um bombardeio que atingiu a apenas quatro metros de sua casa. “O fogão explodiu em cima de mim”, contou Fátima, que ficou internada em estado gravíssimo. Sua filha ainda está hospitalizada. Os outros dois filhos de Fátima, que estavam com a avó no momento do ataque, não foram feridos.


O bombardeio foi atribuído a um “erro técnico” admitido por Israel durante um confronto na região. Fátima relatou a impressa que, no dia seguinte a conseguir o dinheiro para pagar o aluguel com a ajuda de familiares, sua casa foi destruída. Atualmente, ela está na casa do irmão, em Chhim, aguardando para poder retornar ao Brasil.
Fuga para o Líbano Após Violência Doméstica
A ida de Fátima ao Líbano foi motivada por um episódio de violência doméstica. Seu marido, Ahmed Aidibi, tentou matá-la e fugiu para Itapevi (SP) com os passaportes da família, os registros de nacionalidade estrangeira e o celular de Fátima. Posteriormente, Ahmed levou os filhos ao Líbano, após enganar Fátima para que assinasse uma autorização de viagem, sob o pretexto de trâmites para a obtenção de sua nacionalidade brasileira.
Após a tentativa de homicídio, Fátima e seu advogado registraram um boletim de ocorrência, mas o caso foi arquivado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), pois a Polícia Federal informou que o pai tinha autorização da mãe para a viagem, não constatando crime.
Fátima pretende retornar ao Brasil para recomeçar sua vida e cuidar de seus filhos. “Tenho muito medo de ficar aqui [no Líbano] após o ataque”, afirmou. Ela esteve no Brasil em diversas ocasiões, incluindo 2018, 2021 e 2023, e teve sua segunda filha, Wajhi, em solo brasileiro em 2013. “Quero recomeçar e cuidar dos meus filhos aí”, disse Fátima, que pede ajuda para voltar ao Brasil com suas crianças, longe do ex-marido.
Seu irmão, Hussein Boustani, destacou que Fátima acredita que as leis brasileiras são mais protetivas às mulheres do que as libanesas. “Só quando ele tentou matá-la que ela teve coragem de contar tudo que ela e as crianças sofriam”, acrescentou Hussein.
O embaixador do Brasil no Líbano, Tarcísio Costa, tem acompanhado de perto o caso de Fátima e chegou a levar presentes para os filhos dela no dia em que teve alta hospitalar. Fátima continua em constante contato com o diplomata, esperando um desfecho que lhe permita retornar ao Brasil em segurança.
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