Nova regra de Biden redefine a travessia de imigrantes na fronteira EUA-México

Imigrantes enfrentam desafios em meio a mudanças rígidas

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Na última terça-feira (4), Jessica León, uma imigrante equatoriana, e sua filha de três anos atravessaram um muro na fronteira dos EUA em San Diego, Califórnia, poucas horas antes de uma nova proibição de pedidos de asilo entrar em vigor. Esta mudança, anunciada pelo presidente Joe Biden, marca uma nova e dura realidade para os imigrantes que buscam refúgio nos Estados Unidos.

Jessica não estava sozinha. Ela e outros imigrantes de diversos países, incluindo Guatemala, Colômbia e Vietnã, escalaram o muro e se entregaram aos agentes de fronteira dos EUA. Eles foram instruídos a se dirigir a um local conhecido como Whiskey 8, uma faixa isolada de território norte-americano entre dois muros de fronteira, simbolizando o complexo e muitas vezes caótico processo de asilo dos EUA.

 Mudanças na política de asilo

O novo decreto de Biden permite a rápida deportação de imigrantes que cruzarem ilegalmente a fronteira, enviando-os de volta aos seus países de origem ou ao México. Esta medida tem gerado críticas significativas de ativistas de imigração, que comparam a ação às duras políticas do ex-presidente Donald Trump. Em resposta, a União Americana pelas Liberdades Civis anunciou planos para processar o governo de Biden.

Uma corrida contra o tempo

León e sua filha chegaram apenas horas antes da nova política entrar em vigor, evitando por pouco as restrições. No entanto, muitos outros imigrantes continuam a chegar ao Whiskey 8, alguns por conta própria, outros encaminhados pela Patrulha de Fronteira. Na manhã de quarta-feira, mesmo com a nova proibição, um grupo de 85 imigrantes já se encontrava no local.

Os imigrantes que conseguirem se inscrever para um posto de entrada legal através de um aplicativo governamental ainda terão permissão para entrar nos EUA, mas o futuro para aqueles que não se qualificarem parece incerto.

Esperança e desespero

Jessica León, que gastou seus últimos 3.000 dólares em uma jornada de um mês do Equador aos EUA, expressou seu desejo de uma vida melhor para sua filha. “Estou completamente sozinha com ela”, disse León, emocionada, enquanto esperava entre os pilares da cerca fronteiriça. Ela mencionou a violência em sua cidade natal, Cuenca, como uma das razões para a decisão de deixar seu país.

O Whiskey 8, nomeado pela Patrulha de Fronteira, permite algum contato com trabalhadores humanitários, advogados de imigração e jornalistas, mas a situação continua precária. Com a nova política em vigor, a realidade na fronteira EUA-México está em constante mudança, refletindo os desafios e as esperanças dos imigrantes que buscam um novo começo.

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