Abordagem Policial em Ipanema: Incidente com adolescentes gera debate sobre racismo e autoridade

Foto: Guga Noblat .
Diplomatas e Jornalista denunciam violência durante abordagem policial na zona sul do Rio de Janeiro.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Quatro adolescentes, com idades entre 13 e 14 anos, foram abordados por policiais militares na noite de quinta-feira (4) em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. A abordagem aconteceu com os policiais utilizando fuzis e foi capturada por câmeras de segurança.

Dois dos adolescentes são filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Fasso, enquanto um terceiro é filho de um diplomata da embaixada do Canadá, e o quarto é neto do jornalista Ricardo Noblat. Notavelmente, os filhos dos diplomatas africanos são negros.

No dia seguinte (5), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) recebeu os embaixadores dos países africanos mencionados e entregou um pedido formal de desculpas pelo ocorrido.

O episódio ocorreu na rua Prudente de Moraes, quando os adolescentes retornavam de uma partida de futebol na praça Nossa Senhora da Paz. Eles foram conduzidos à garagem de um prédio, revistados e questionados pelos policiais. Em entrevista, Julie-Pascale Moudouté-Bell, embaixatriz do Gabão, questionou a ação policial: “A polícia está aqui para proteger. Como pode colocar armas na cabeça de meninos de 13 anos?”

Rhaiana Rondon, mãe de um dos adolescentes, denunciou a abordagem como violenta, ressaltando que seus filhos frequentam o Rio há anos sem incidentes semelhantes. Ela expressou surpresa com a situação, mencionando que nunca imaginou que a polícia representaria uma ameaça tão significativa em um local aparentemente seguro como Ipanema.

O porteiro do prédio onde ocorreu o incidente foi chamado como testemunha. O Ministério das Relações Exteriores informou que além do pedido de desculpas, solicitará ao governo do estado do Rio de Janeiro uma investigação rigorosa para responsabilização dos policiais envolvidos.

A Polícia Militar do Rio afirmou que os policiais estavam equipados com câmeras corporais durante a ação e que as imagens serão analisadas para verificar se houve algum excesso por parte dos agentes. A instituição reforçou que questões de direitos humanos, ética e legislação são prioridades em sua formação.

O incidente gerou indignação e provocou debates sobre procedimentos de segurança, direitos civis e a necessidade de medidas para evitar incidentes similares no futuro.

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