A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) isolou, neste fim de semana (24 e 25/8), imigrantes retidos na área restrita do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por suspeita de contaminação por mpox.
Pelo menos 10 estrangeiros apresentavam sintomas da doença, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, e quatro deles foram encaminhados a unidades de saúde.
A Anvisa, após vistoria no local, emitiu um alerta e solicitou à administração do aeroporto a instalação de biombos para separar o grupo com suspeita de contaminação dos demais imigrantes. Os imigrantes doentes foram mantidos nas proximidades do embarque remoto, perto do portão 317, sob orientação da Anvisa.
Crise humanitária e sanitária
A situação na área restrita do aeroporto, onde os imigrantes aguardam a regularização de seus documentos para ingressar no Brasil, já era preocupante antes do surto de mpox.
Em 15 de agosto, a Defensoria Pública da União (DPU) constatou, em relatório, “reiteradas situações de violação de direitos humanos” na retenção dos imigrantes, incluindo crianças e adolescentes dormindo no chão e uma crescente demanda por atendimento de saúde, com muitas pessoas apresentando sintomas gripais.
A Polícia Federal contabiliza 466 imigrantes nessa situação, enquanto a DPU indica cerca de 550 pessoas. Um deles, nacional de Gana, morreu em decorrência de um infarto na última terça-feira (13/8). O imigrante foi levado ao Hospital Geral de Guarulhos para receber tratamento médico em 11 de agosto após se sentir mal na área restrita, mas não resistiu.
Medidas emergenciais
Após a denúncia da DPU e a identificação do surto de mpox, uma reunião foi realizada com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, GRU Airport, Polícia Federal (PF), Prefeitura de Guarulhos, governo do estado de São Paulo, senadora Mara Gabrilli (PSD) e gabinete do deputado federal Túlio Gadelha (Rede).
O Ministério da Justiça se comprometeu a encaminhar reforço de servidores para atendimento emergencial, tanto nos trabalhos de processamento dos protocolos de refúgio quanto para a segurança no local.
Já a GRU Airport se responsabilizou a buscar modos para assegurar condições, junto às companhias aéreas, de se garantir acesso à higiene básica e alimentação de todos os migrantes retidos, em medidas que serão acompanhadas pela DPU e pelo MPF.
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