Cascavel enfrenta luto coletivo após acidente aéreo com 24 vítimas locais

Foto: Montagem/Reprodução.
A cidade de Cascavel, no Paraná, homenageia as vítimas do acidente da Voepass, incluindo figuras conhecidas como o médico José Roberto Leonel Ferreira e a nutricionista Ana Caroline Redivo. O luto é visível em eventos comunitários e na preparação para um velório coletivo.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Cascavel, no oeste do Paraná, vive um luto coletivo após o acidente aéreo da Voepass na última sexta-feira (9), que resultou na morte de 24 das 62 vítimas que residiam na cidade ou em municípios vizinhos. Conhecidos pela comunidade, os falecidos eram figuras ilustres, como o médico radiologista José Roberto Leonel Ferreira, a escrevente de cartório, e a influenciadora digital Ana Caroline Redivo.

Com uma população de cerca de 348 mil habitantes, Cascavel não é uma cidade pequena, mas o ambiente íntimo permite que muitos moradores conheçam pessoalmente as vítimas. Doutor Leonel, que dirigia um centro de imagem há 27 anos, era conhecido e respeitado em Cascavel, onde também atuava como professor de medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Em sua homenagem, foram colocados adesivos de luto na entrada de sua clínica.

Ana Livia Silva, funcionária de uma pet shop, expressou surpresa ao saber da morte de Simone Rizental, uma cliente regular. “Ela era muito querida e todos a chamavam de Ana Maria Braga por causa do corte de cabelo”, relembra Ana.

O prefeito Leonaldo Paranhos mencionou várias pessoas conhecidas que estavam no voo, como a filha do seu contador e a filha de dois servidores municipais. “Foi um golpe duro para nossa cidade, para o Paraná e para o país“, disse o prefeito.

Ana Caroline Redivo, nutricionista e influenciadora com 42 mil seguidores no Instagram, era bem conhecida na cidade por suas dicas de alimentação e treinos. A sua popularidade era tal que muitos moradores, como o motorista de aplicativo Geovanne, também a seguiam.

Apesar da popularidade das vítimas, o luto na cidade se manifesta de forma sutil. A feira do Teatro, realizada todos os domingos, teve a ausência de muitos expositores, e a possibilidade de cancelamento foi discutida, mas a decisão foi manter o evento para cumprir compromissos com os clientes, segundo a produtora Isabel Lopes. “Em um domingo normal, as barracas ficam bem mais próximas, mas hoje muitos espaços estão vazios”, observou o produtor José Sandro de Oliveira.

A festa do morango, que ocorre anualmente no centro de eventos de Cascavel, está sendo adaptada para servir como local para um velório coletivo, dependendo da identificação dos corpos e da decisão das famílias. O prefeito informou que está preparando tudo para o velório, mas aguardará a confirmação das famílias.

O transporte dos corpos será coordenado pela Voepass, conforme acordo entre as Defensorias Públicas e os Ministérios Públicos de São Paulo e do Paraná. A empresa irá contatar os familiares para providenciar a liberação e entrega dos corpos.

Como parte das homenagens, um concerto da camerata de Curitiba, inicialmente programado para o teatro municipal, foi transferido para a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida e adaptado em memória das vítimas. “Alteramos a programação para prestar homenagem e elevar nossos sentimentos em prece”, afirmou a maestrina Mara Campos.

O arcebispo de Cascavel, dom José Mário Angonese, também liderou uma missa na catedral, lotada de fiéis, para o Dia dos Pais, em homenagem às vítimas do trágico acidente.

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