Anúncio é incomum e indica gravidade da crise no Oriente Médio desde a morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em Teerã; caças e porta-aviões também foram enviados para a região.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Os Estados Unidos anunciaram o envio de um submarino para o Oriente Médio com o objetivo de apoiar Israel em caso de uma retaliação por parte do Irã, após o assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em Teerã. A decisão foi comunicada no último domingo, 11, pelo major-general Patrick Ryder, porta-voz do Departamento de Defesa, após uma conversa entre o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Ryder informou também sobre a determinação de Austin em acelerar o trânsito de um porta-aviões e reforçar o número de caças e navios de guerra armados com mísseis na região, que se encontravam próximos ao Irã, no Golfo de Omã. Essas movimentações visam fortalecer a defesa de Israel e dissuadir o Irã de tomar medidas retaliatórias, evitando assim a possibilidade de um conflito aberto entre os dois países. “Na conversa, o secretário Lloyd Austin reafirmou o compromisso dos EUA em adotar todas as medidas necessárias para proteger Israel”, destacou Ryder.
Embora Israel não tenha assumido oficialmente a responsabilidade pela morte de Haniyeh, o Irã alega que as forças israelenses estão envolvidas no incidente e, segundo relatos, autoridades israelenses teriam comunicado aos EUA a sua participação. Desde então, o Irã declarou que não deixará o ato sem resposta, prometendo infligir um alto custo ao regime israelense. “O Irã fará com que os atos de agressão do regime israelense custem caro por meio de uma ação forte e legítima”, disse o chanceler iraniano interino, Ali Bagheri, em um comunicado.
Adicionalmente, as ameaças do Hezbollah, grupo militante libanês aliado do Irã, se intensificaram, especialmente após a morte de um de seus comandantes, Fuad Shakur, em um ataque israelense nos subúrbios de Beirute em julho. Israel avisou o Irã e o Hezbollah que um ataque a áreas civis seria uma “linha vermelha” que poderia desencadear um conflito mais amplo.
As defesas israelenses estão se preparando para diversos cenários, incluindo um possível ataque coordenado entre o Hezbollah e o Irã, conforme apontou Yoel Guzansky, ex-integrante do Conselho de Segurança Nacional de Israel. Ele também mencionou que Israel está considerando um novo ataque contra o Hezbollah, embora essa decisão dependa da aprovação dos Estados Unidos.
Apesar das tensões, os ataques israelenses na Faixa de Gaza têm resultado em numerosas mortes de civis, mesmo após dez meses de hostilidades. Relatos indicam que 93 palestinos foram mortos em uma escola religiosa que servia como abrigo no sábado, mas ainda não se sabe se havia militantes do Hamas entre as vítimas.
Philippe Lazzarini, chefe da missão da ONU na Faixa de Gaza (UNRWA), relatou que nas últimas semanas mais de 75 mil pessoas foram deslocadas no sudoeste da região devido ao receio dos ataques israelenses, que consideraram partes do sul de Gaza como “zonas de combate perigosas”, ordenando a evacuação de civis.
Na conversa entre os secretários de Defesa, Lloyd Austin enfatizou a necessidade de “mitigar os danos civis”, segundo o porta-voz. Eles discutiram a importância dessa questão para alcançar um cessar-fogo e a liberação dos reféns que ainda se encontram na Faixa de Gaza. Nas duas rondas anteriores de negociações, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se opôs a assinar o plano proposto.
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