
Tang também teria realizado, pelo menos, três viagens para se encontrar com agentes de inteligência chineses, além de ter colaborado com o MSS na infiltração em um grupo de bate-papo frequentado por outros dissidentes.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Na quarta-feira, dia 21, um exilado político chinês que se tornou cidadão americano foi detido nos Estados Unidos sob acusações graves de espionagem a favor do governo da China.
O Department of Justice (DOJ) dos EUA divulgou as informações, conforme relatado. O detido, identificado como Yuanjun Tang, de 67 anos, é acusado de espionar ativistas e dissidentes chineses que vivem em território americano, além de prestar informações falsas durante seu interrogatório by the FBI.
Naturalizado como cidadão estadunidense, Tang é descrito pelo DOJ como um agente da China que atuou entre os anos de 2018 e 2023, operando sob a direção do Ministério da Segurança do Estado (MSS), a principal entidade de inteligência civil da China.
As autoridades alegam que ele se reportava a um oficial de inteligência, transmitindo informações sobre pessoas e grupos identificados como ameaças aos interesses do governo chinês.
As acusações detalham que Tang mantinha uma comunicação constante com o MSS, utilizando e-mails e plataformas de mensagens criptografadas para receber ordens e transmitir relatórios sobre dissidentes. Além disso, ele realizou pelo menos três viagens internacionais para se encontrar com agentes do MSS, um dos quais pode ter facilitado a infiltração dele em um grupo de discussão utilizado por outros dissidentes chineses.
A motivação de Tang para se envolver em atividades de espionagem foi a tentativa de negociar uma visita à sua família, que ainda reside na China.
Historicamente, Tang é um figura significativa: ele participou dos protestos da Praça Tiananmen em 1989, o que resultou em sua condenação a 20 anos de prisão. Ao escapar, nadando até uma ilha sob controle taiwanês, ele conseguiu obter asilo político nos Estados Unidos, onde buscou uma nova vida longe da repressão do governo chinês.
Esta situação levanta questões complicadas sobre lealdades, identidade e a luta pela liberdade, uma vez que um exilado que uma vez desafiou o regime agora é acusado de colaborar com aquele mesmo governo ao qual tentava escapar.
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