Maior Operação Conjunta no Brasil resgata 593 pessoas de condições análogas à escravidão

Ação coordenada pelo MPT e órgãos federais concentrou resgates no setor rural, com destaque para Minas Gerais e São Paulo, e incluiu 18 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Nos meses de julho e agosto deste ano, 593 pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão durante a maior operação conjunta do país, de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e demais órgãos federais.

A maior parte dos trabalhadores resgatados atuava no setor rural da região Sudeste. Minas Gerais liderou os números, com 291 resgates, seguido por São Paulo, com 143. No total, os resgates ocorreram em todas as regiões do país, sendo que 445 casos estavam concentrados no Sudeste.

Nas áreas rurais, a maior incidência foi registrada em plantações de cebola (141), horticultura (82), café (76) e alho (59). Já nas áreas urbanas, as situações de exploração foram encontradas principalmente em canteiros de obras, clínicas de recuperação de dependentes químicos e restaurantes. Até o momento, 55% das rescisões trabalhistas foram quitadas, somando um valor total de R$ 1,91 milhão.

Além disso, a operação resgatou 18 crianças e adolescentes que estavam sendo submetidos ao trabalho infantil. Dessas, 16 também se encontravam em condições semelhantes à escravidão.

A região Nordeste foi a segunda com o maior número de trabalhadores resgatados, contabilizando 91 pessoas.

A 4ª Operação Resgate, coordenada em conjunto pelo MPT, Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF), teve como objetivo não apenas resgatar trabalhadores, mas também verificar o cumprimento das normas de proteção ao trabalho e reunir provas para responsabilizar os exploradores tanto nas esferas criminal quanto trabalhista. A operação visa ainda garantir a reparação dos danos individuais e coletivos causados às vítimas.

Em agosto de 2023, a fase anterior dessa operação já havia retirado 532 trabalhadores de situações análogas à escravidão em 22 estados do país.

Como denunciar

Qualquer pessoa pode denunciar situações de trabalho escravo por meio do Sistema Ipê, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ou através do Disque 100. O Sistema Ipê é especializado em denúncias de trabalho análogo à escravidão, enquanto o Disque 100 abrange qualquer tipo de violação dos direitos humanos e é gerido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

No portal do MTE, as denúncias são triadas automaticamente por algoritmos e podem ser feitas em português, inglês, espanhol e francês. Já o Disque 100 recebe denúncias de todo o Brasil por meio de chamadas telefônicas gratuitas e anônimas.

Leia também:

Mulher é presa por envenenar dois irmãos com cajus em Parnaíba; menino de 7 anos morre

Pablo Marçal e Carlos Bolsonaro selam paz e unem forças contra a esquerda com ajuda de Nikolas Ferreira

Rússia adverte que Terceira Guerra Mundial pode atingir os EUA


Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*