
Travis King entrará com a confissão em uma corte marcial com audiência marcada para setembro
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um soldado do Exército dos EUA, que atravessou a fronteira para a Coreia do Norte, está prestes a se declarar culpado em um tribunal militar em relação a diversas acusações, como deserção e desobediência a ordens de superiores, segundo informações divulgadas por seu advogado.
Travis King informará sua confissão em uma corte marcial, com a audiência programada para 20 de setembro. Ele enfrenta um total de 14 acusações, das quais admitirá culpa em cinco, demonstrando “responsabilidade por suas ações”, conforme comunicado de seu advogado na segunda-feira. Até o momento, não foi revelado qual será a punição que ele poderá enfrentar.
King estava servindo no Exército desde janeiro de 2021 antes de atravessar a fronteira na Zona Desmilitarizada em 18 de julho de 2023. Antes desse incidente, ele havia passado quase dois meses preso na Coreia do Sul por agressão e estava prestes a retornar ao Texas, onde enfrentaria a possibilidade de ser expulso do Exército.
No entanto, em vez de embarcar em seu voo, ele saiu do aeroporto e se juntou a uma visita guiada na Área de Segurança Conjunta em Panmunjom, onde, ao se distrair do grupo, cruzou a linha para a Coreia do Norte.
Após aproximadamente dois meses, foi expulso da Coreia do Norte e retornou de avião aos EUA. De acordo com uma fonte do governo americano, não houve nenhuma negociação com a Coreia do Norte para garantir sua libertação.
É raro que a Coreia do Norte devolva rapidamente um membro das forças armadas dos EUA que busca asilo em seu território, uma vez que, historicamente, o regime tem detido tais indivíduos para forçar concessões dos EUA. Em algumas situações, os prisioneiros eram usados para fins de propaganda, passando por julgamentos simulados e, em muitos casos, fazendo confissões que pareciam ser manipuladas pelo governo de Pyongyang, a fim de denegrir a imagem dos Estados Unidos.
A mídia estatal norte-coreana alegou que King havia cruzado a fronteira motivado por ressentimentos em relação ao tratamento desumano e à discriminação racial que enfrentou no Exército dos EUA. Sua liberação após cerca de dois meses sugere que Pyongyang não considerou vantajoso mantê-lo sob sua custódia.
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